O serviço de supervisão criado para proteger os jogadores nas redes sociais detetou mais de 100.000 mensagens de cariz insultuoso, discriminatório e ameaçador na primeira fase Mundial do Qatar, anunciou hoje a FIFA.
De acordo com o organismo que gere o futebol mundial, que criou o serviço em parceria com o Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro), foram ocultadas de forma automática e instantânea mais de 100.000 comentários insultuosos e ofensivos, tendo ainda mais de 6.000 publicações sido denunciadas às empresas gestoras das redes sociais.
“Estes dados mostram que as ofensas e agressões online são um problema alarmante para os futebolistas e para toda a sociedade, com consequências nefastas para a saúde mental e para o bem-estar, que não podem ser descuradas”, refere a FIFA.
O serviço de supervisão de mensagens, denominado SMPS, esteve à disposição de todos os futebolistas de cada uma das 32 seleções participantes, tendo o objetivo de minimizar a visibilidade de termos que incitem ao ódio, para os proteger e aos seus fãs.
Na prática, o serviço permite detetar comentários nocivos, denunciá-los nas respetivas plataformas e autoridades, além de tentar ocultá-los para os demais, incluindo as vítimas.
Hoje e sábado, a FIFA une-se às comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), tendo por base a mensagem: “Nenhum tipo de discriminação tem lugar no futebol, nem na sociedade”.
Nos jogos dos quartos de final do Mundial, entre os quais o Marrocos-Portugal, agendado para sábado, aparecerá nos ecrãs dos estádios a expressão #NoDiscrimination – a campanha da FIFA contra a discriminação –, que também estará inscrita nas braçadeiras dos capitães.
Em comunicado, a FIFA lembra que em 2019 introduziu no seu código de disciplina “uma política de tolerância zero em relação ao racismo e à discriminação”.