A Argentina qualificou-se hoje de forma dramática para as meias-finais do Mundial no Qatar, ao vencer os Países Baixos por 4-3 nos penáltis, com Emiliano Martínez novamente como ‘herói’, após desperdiçar dois golos de vantagem nos 90 minutos.
Lionel Messi, com uma assistência para Molina inaugurar o marcador, aos 35 minutos, e um penálti com classe, não em força, como o que falhou face à Polónia, aos 73, colocou os argentinos a vencer por 2-0, mas o jogo não terminou aí.
A seleção ‘laranja’ apostou tudo, sem nada a perder, e acabou por chegar à igualdade com um ‘bis’ de Wout Weghorst, que, entrado aos 78 minutos, reduziu aos 83, de cabeça, e forçou o prolongamento com um tento aos 90+11, após um livre.
No tempo extra, os argentinos levaram a primeira parte a ‘curar as mágoas’ e dominaram por completo a segunda, na qual criaram uma série de oportunidades para marcar o terceiro golo, incluindo um remate ao ‘ferro’ de Enzo Fernández, aos 120+1 minutos.
A Argentina não resolveu no prolongamento, mas, nos penáltis, apareceu ‘Dibu’ - que já tinha sido o ‘herói’ da ‘lotaria’ nas meias-finais da Copa América de 2021, face à Colômbia -, a parar, de forma magistral, os primeiros dois remates dos neerlandeses, perante Van Dijk e Berghuis.
Pelo contrário, Messi, novamente com classe, e Paredes, com um remate colocado, marcaram e colocaram a Argentina com dois tentos de vantagem: ao oitavo pontapé, Enzo não ‘quis’ ser ‘herói’ e atirou ao lado, aumentando o drama, mas, no último, Lautaro Martínez, que tem passado ao ‘lado’ do Mundial2022, não perdoou.
Os sul-americanos, campeões em 1978 e 1986 e finalistas vencidos em 1930, 1990 e 2014, vão, assim, jogar o acesso à final, não com o Brasil, como se antevia, mas com a Croácia, vice-campeã em título, que superou os ‘canarinhos’ nos penáltis (4-2, após 0-0 nos 90 minutos e 1-1 nos 120).
Em relação aos ‘oitavos’, a Argentina só mudou um elemento (Papu Gómez por Lisandro Martínez), mas isso implicou alterar o sistema, de ‘4-3-3’ para ‘3-5-2’, enquanto os Países Baixos repetiram o ‘3-4-3’, com Bergwijn em vez de Klaassen.
O jogo começou ‘bloqueado’, com as duas equipas muito bem posicionadas atrás, a não darem espaços, o que fez com que, na primeira meia hora, se tenham registado apenas dois remates, e sem perigo, de Messi (22 minutos) e Bergwijn (24).
De Paul também não assustou, aos 33 minutos, mas, aos 35, a Argentina adiantou-se: Messi surgiu pelo meio, tirou da jogada De Jong e Aké, e, no momento, certo isolou Molina, que, já na área, dominou de pé esquerdo e inaugurou o marcador de pé direito.
Até ao intervalo, Messi surgiu na área com perigo, aos 40 minutos, mas rematou de pé direito à figura de Noppert, enquanto os neerlandeses ganharam vários livres laterais nas imediações da área argentina, mas não criaram perigo.
Para a segunda parte, Van Gaal trocou De Roon e Bergwijn por Koopmeiners e Berghuis e os neerlandeses tomaram conta da bola, mas sem criar perigo, enquanto a Argentina ameaçou o segundo golo num livre direto de Messi, aos 63 minutos.
Aos 71 minutos, os sul-americanos chegaram mesmo ao segundo golo: Dumfries fez uma falta escusada sobre Acuña já dentro da área, na esquerda, oferecendo um penálti que Messi marcou com classe, para a esquerda de Noppert, que nem teve reação.
Com dois tentos de vantagem, os argentinos recuaram, enquanto os Países Baixos começaram a jogar mais direto, reentrando no encontro aos 83 minutos, com um cabeceamento certeiro de Weghorst, após um grande cruzamento da direita de Berghuis.
Apenas dois minutos depois, um ‘tiro’ de Berghuis saiu às malhas laterais e, aos 90+3, o mesmo jogador atirou contra a barreira um livre direto em posição frontal.
Em mais um livre frontal à entrada da área, já aos 90+11 minutos, os neerlandeses acabaram mesmo por chegar à igualdade, com Koopermeiners, em vez de rematar, a fazer a bola passar por baixo da barreira e chegar a Weghorst, que ganhou na luta com Enzo e atirou fora do alcance de Emiliano Martínez.
No prolongamento, por falta de vontade ou de ideias, os Países Baixos abandonaram o futebol ofensivo e a Argentina reassumiu o comando no encontro, mas, aparentemente afetada, não conseguiu criar qualquer ocasião na primeira parte.
A segunda, e com as entradas de Montiel (106 minutos) e Di María (112), para o lugar do central Lisandro Martínez, foi dominada pelos ‘albi-celestes’, que ganharam sete cantos e somaram muitos remates perigosos, por Messi (110 e 120), Lautaro (114 e 119), Enzo Fernández (115 e 120+1) e Pezzella (116).
Os holandeses sobreviveram ao ‘massacre’ argentino, mas, depois, nos penáltis, ‘esbarraram’ no ‘monstro’ Emiliano Martínez, perdendo de novo com os argentinos na ‘lotaria’, como nas meias-finais de 2014.