A Liga Portuguesa de Futebol Profissional revelou hoje que o aumento do tempo útil na I Liga «está já dentro da média das ‘big five’» e que a justiça desportiva «está mais célere do que nunca».
Num encontro com a comunicação social, no Porto, para divulgar a evolução dos grandes eixos que a LPFP anunciou em agosto, a direção liderada por Pedro Proença, que não esteve presente, abordou ainda o processo de centralização dos direitos audiovisuais.
Celeridade da justiça desportiva, regresso dos adeptos aos estádios, espetáculo seguro e atrativo, centralização dos direitos audiovisuais, competitividade dos clubes e do setor e a LPFP preparada para o futuro são os objetivos globais do organismo.
De acordo com a LPFP, a implementação do modelo de exclusividade da Comissão de Instrutores permitiu a redução de processos pendentes, de 18 em setembro para quatro em dezembro, e a redução do prazo médio de instrução, de 88 dias em 2021/22 para 32.
No que diz respeito ao tempo útil de jogo, os números apontam para 55,5% nas primeiras 13 jornadas da I Liga, o que representa um aumento de 5,4% em relação à época de 2021/22.
A LPFP registou 1,36 milhões de espetadores nas primeiras 13 jornadas da I Liga, o que representa um aumento de 88,5% em relação à época de 2021/22, que teve o seu início ainda condicionado pela covid-19, e 20,4% na II Liga (110 mil).
O organismo que tutela o futebol profissional recordou ainda que o sistema de videoárbitro (VAR), já implementado esta época em todos os jogos da Taça da Liga, que vai sofrer alterações ao seu formato, será alargado à II Liga a partir da temporada de 2023/24.
Para tornar o futebol um espetáculo mais seguro e atrativo, a LPFP anunciou várias medidas, entre as quais a integração num grupo de trabalho informal sobre propostas de combate aos fenómenos de violência associada ao desporto, criado pela Secretaria de Estado da Juventude e Desporto.
O organismo promove reuniões mensais com os diretores de segurança e os departamentos médicos dos clubes e tem em estudo outras propostas, como a reformulação global dos regulamentos da Liga para 2023/24, a supervisão das revistas à entrada dos estádios e um método que permita o controlo nominativo no acesso aos recintos.
Este sistema, ainda segundo a LPFP, não pretende ressuscitar a ideia do Cartão do Adepto, que caiu envolto em alguma polémica após ter sido criado, já que não se trata de um método discriminativo e restritivo, mas sim que permita o acesso aos recintos em segurança.
A LPFP fez ainda um ponto de situação sobre a preparação do processo de centralização dos direitos audiovisuais, a arrancar até à época 2027/28, anunciando até ao final da 2022/23 os regulamentos audiovisuais e de controlo económico.
O organismo espera, com a centralização, tornar o produto mais atrativo, e admite redefinir os formatos da Taça da Liga, que passará a ‘final four’, conferindo-lhe um caráter internacional, e da Taça de Portugal, em coordenação com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
No que diz respeito às competições profissionais, da I e II Liga, estas irão manter o formato existente de 18 equipas.
A LPFP, como interlocutor do futebol profissional junto do Governo, chamou a si a negociação das alterações ao regime de seguros de acidentes de trabalho e da lei da violência no desporto, bem como está a avaliar a reformulação do regime jurídico das sociedades desportivas.
A participação ativa junto das entidades responsáveis por alterações legislativas determinantes para a competitividade do futebol profissional, nomeadamente a revisão do decreto-lei das apostas desportivas e a reformulação do enquadramento fiscal (IVA, IRC e IRS), são outras das pretensões da LPFP.
Em relação ao futuro, a LPFP, com um resultado de 1,19 milhões de euros na época de 2021/22 e receitas de 22ME, refere que “apresenta solidez financeira que permite apoiar as sociedades desportivas de forma ativa”.
Nesta área, destaque para o reforço do fundo de coesão, que ficou muito perto de um milhão de euros, para a criação de um fundo de apoio ao desenvolvimentos de infraestruturas tecnológicas, no valor de 550 mil euros, e de um programa centralizado de financiamento de clubes, no valor de 10 milhões.