O FC Porto derrotou hoje o Benfica por 3-1, impediu festejos prematuros e adiou a decisão do título para última ronda, embora tenha ficado matematicamente afastado da Liga dos Campeões em futebol, na 29.ª e penúltima jornada da Liga.
Numa ronda que podia entregar o título ao Benfica, foi o FC Porto a realizar uma segunda parte de enorme nível e mesmo a jogar com 10 elementos desde os 52 minutos (expulsão de Fucile), defendeu bem a honra de tetracampeão e despediu-se da época 2009/10 do estádio do Dragão com uma exibição de categoria.
Bruno Alves, Ernesto Farias e Bellushi coloriram a festa portista, aos 42, 59 e 82 minutos, respetivamente, com Luisão a dar ao Benfica um pequeno fôlego, aos 57, mas ainda assim insuficiente.
Os “encarnados”, que recebem, sem Di Maria, Javi Garcia e Fábio Coentrão (castigados), o Rio Ave na última jornada e precisam apenas de um ponto para o 32.º título do seu historial, têm o Sporting de Braga na peugada, que hoje assegurou, no mínimo, a presença inédita no “play-off” da Liga dos Campeões e o segundo lugar.
O FC Porto, apesar do triunfo, falha a Liga dos Campeões – estava presente na prova, consecutivamente, desde 2003/04, e perde a hegemonia que repartia como Manchester United nesta competição, foi capaz, também, de impor ao Benfica a segunda derrota fora esta temporada.
Apressado para chegar prematuramente ao título de campeão, o Benfica surgiu destemido na casa do grande rival nortenho, com rápidas transições e a fazer da velocidade de Di Maria a principal arma.
Aos quatro minutos, Di Maria rematou forte à barra, num lance que deveria ter dado canto, já que a bola embateu primeiro num adversário.
A pressão inerente a um “clássico”, ainda para mais quando o Benfica surgia isolado na liderança e próximo do título retirou discernimento aos “artistas” e os passes falhados e a procura desordenada da bola marcaram quase toda a primeira parte, sem lances de muito perigo a registar.
Pouco disponível para permitir os festejos do Benfica, a equipa orientada por Jesualdo Ferreira queixou-se aos 38 minutos de uma grande penalidade, numa alegada falta de David Luiz sobre Hulk, mas no mesmo minuto, o brasileiro “incrível” do FC Porto rematou para defesa apertada de Quim, muito fustigado pela claque principal da formação adversária.
Melhor nos momentos finais da primeira parte e apoiado por um público frenético e incansável, o FC Porto fez explodir o estádio do Dragão, aos 42 minutos, quando Bruno Alves cabeceou solto na área, após canto da direita de Bellushi e abriu o marcador.
Campeão ao intervalo (o Braga empatava com o Paços de Ferreira 0-0), o Benfica apresentou-se menos crente no início do segundo tempo e permitiu a Farias um remate forte, logo aos 51 minutos, para defesa de Quim.
Aos 57, Luisão, no meio de alguma confusão, igualou o resultado, com um remate seco já dentro da área, mas dois minutos depois, Ernesto Farias aproveitou nova desatenção na área e deu de novo vantagem ao FC Porto.
Com o Dragão ao rubro, ainda para mais com o triunfo que acontecia neste momento do Sporting de Braga, o FC Porto, mesmo com menos um, passou a dominar e Gaurin, com um remate com estrondo à barra deu de novo sinal da ambição “azul-e-branca”, já depois de Aimar ter obrigado Beto a boa intervenção.
O momento mais brilhante do jogo estava reservado para os 82 minutos, quando Bellushi concluiu uma jogada individual da mais fina arte, com um golo de “outro mundo”.