O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, criticou hoje o homólogo sportinguista, Frederico Varandas, pelas declarações efetuadas após a final da Taça da Liga, conquistada pelos 'dragões' (2-0).
“A coisa que me chocou é que ele tinha lá uma sala para a imprensa, para a comunicação, e tenha chamado alguns jornalistas para ir para a garagem dizer o que disse e depois não deu direito a perguntas. Achei que, a ele, nada fica mal, mas aos jornalistas que vão atrás de um presidente para falar na garagem e não poderem fazer qualquer pergunta ficou-lhes mal”, disse o dirigente portista, à margem do evento de inauguração do novo hotel do clube.
Quanto ao findar da janela de transferência, na qual os 'azuis e brancos' não obtiveram qualquer reforço para a equipa principal, Pinto da Costa corroborou as palavras do treinador Sérgio Conceição, que havia mostrado contentamento com a atual constituição do plantel.
"O FC Porto não mexeu porque entendemos – e o treinador [Sérgio Conceição] já o disse publicamente – que o nosso grupo é forte, bom, portando não havia necessidade. Os outros [‘grandes’] não acompanhei bem, tentei ver num canal as movimentações, mas, durante uma hora, só falaram do Enzo [Fernández], até cheguei a pensar que havia muitos Enzos e que cada clube tinha vendido um e comprado outro. Não acompanhei", ironizou o presidente, que também negou, no imediato, qualquer entendimento para a contratação do gilista Fran Navarro.
O dirigente, que recentemente viu o FC Porto vencer a Taça da Liga pela primeira vez na sua história, reconheceu que o título "era algo que faltava" e mostrou-se confiante de que a equipa possa voltar a vencer a competição no futuro.
“Era uma coisa que faltava. Costumo dizer, na brincadeira, que nunca me interessei por essa taça e dava a explicação de que, tendo como parceiros a Super Bock, nunca poderíamos ter uma taça da Sagres. Agora que a taça não tem o nome da Sagres, vamos ganhar muitas", brincou.
O presidente mais titulado do futebol mundial, que completou no ano passado 40 anos na liderança dos destinos dos 'dragões', rejeitou abordar uma eventual recandidatura no próximo ato eleitoral, em 2024, tendo abordado também as recentes declarações do presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, que se demarcou de concorrer ao cargo.
“Gostava de poder pensar nisso porque era sinal de que não tinha muitas mais coisas que me preocupassem mais do que isso durante este tempo que ainda tenho de mandato. Quando tiver resolvido todos os problemas, vou pensar nisso. Agora, o Rui Moreira dizer que não é candidato… isso não é notícia. Pode-se perguntar a qualquer pessoa que vá a passar, que seja sócia do FC Porto e tenha as quotas em dia e 15 anos de sócio”, explicou.
Em declarações aos jornalistas, Pinto da Costa abordou ainda as mais variadas temáticas, como o seu apoio ao presidente da câmara de Lisboa, o social-democrata Carlos Moedas, perante a recente polémica relativa aos custos envolvidos na organização da Jornada Mundial da Juventude, e aproveitou também para expressar a sua satisfação pela inauguração do Axis Porto Club Hotel, unidade hoteleira situada na Avenida dos Aliados (Porto), onde se encontrava a antiga sede do emblema portista.
“Para mim, é um momento muito particular e emocionante porque, há 60 anos, eu trabalhava no Banco Português do Atlântico e tomei posse como chefe da secção de hóquei em patins, saía do banco às 18:00 e diariamente era neste edifício que vinha trabalhar, ter reuniões e despachar as questões. E depois mais tarde como diretor. […] As reuniões foram sempre aqui, tenho aqui muitas horas passadas, êxitos festejados e muitas histórias”, recordou.
Rejeitando estabelecer objetivos para a segunda metade temporada, o presidente apontou para a receção ao Vizela, marcada para domingo, às 18:00, onde o FC Porto, segundo classificado da I Liga, com 42 pontos, tentará aproximar-se do líder Benfica, com 50, que tem mais uma jornada realizada do que os 'dragões'.