Os sócios do Cova da Piedade vão votar a aquisição de 10% do capital da BSAD, nos termos de um princípio de acordo alcançado entre as partes e revelado em assembleia geral terminada na madrugada de este sábado.
O princípio de acordo prevê, segundo os pontos apresentados pela direção do clube, que aquela sociedade desportiva altere a sua designação para Clube Desportivo Cova da Piedade – Futebol SAD, ou outra a aprovar pelos sócios.
Nesse sentido, a nova sociedade passaria, a partir da próxima época, a utilizar as instalações do clube para disputar as competições profissionais, já sob a sua nova designação, nos termos do acordo a assinar entre as duas partes, que será submetido a votação “brevemente”, disse à agência Lusa uma fonte da direção do clube.
A nova sociedade irá ainda, se os sócios do clube o aprovarem, reconhecer como clube fundador o Cova da Piedade, que irá adquirir a participação pelo valor simbólico de um euro e beneficiar de todos os termos previstos para os clubes fundadores na lei das sociedades desportivas.
Para isso, o Cova da Piedade terá, primeiro, de alienar a sua participação na anterior SAD, que se encontra em processo de insolvência e já com encerramento de atividade determinado pelo tribunal.
A assembleia geral aprovou por voto de qualidade do presidente da mesa, nos termos dos estatutos do clube, a alienação dos 10% ainda detidos na anterior sociedade “nos termos que a direção achar conveniente”, após um empate na votação realizada ainda antes de o presidente do clube, Paulo Veiga, apresentar os principais pontos do princípio de acordo com a BSAD.
O Cova da Piedade e a BSAD têm um passado de litígio com as respetivas contrapartes no futebol profissional.
A antiga SAD do Belenenses está afastada do clube original desde o início da época 2018/19, quando terminou o protocolo de utilização do Restelo por parte da sociedade de Rui Pedro Soares, que mudou a equipa profissional para o Estádio Nacional, Oeiras.
A BSAD disputa, atualmente, a II Liga portuguesa de futebol profissional, onde ocupa o antepenúltimo lugar, com 16 pontos em 18 jornadas.
Já Cova da Piedade e a sua SAD, de capital maioritariamente chinês, ‘romperam’ definitivamente no início da época 2021/22, quando a administração levou a sua estrutura para as instalações do Atlético da Malveira, após descer à Liga 3 devido a um erro administrativo no processo de inscrição na II Liga.
Antes do início da atual temporada, 2022/23, a atual Cova da Piedade SAD também não pôde inscrever-se na Liga 3, após falhar o processo de certificação da Federação Portuguesa de Futebol, o que precipitou o pedido de insolvência da sociedade.