Oito dos 13 adeptos do Benfica detidos numa operação realizada pela PSP, em Lisboa, ficam em prisão preventiva, segundo as medidas de coação conhecidas este sábado no Campus da Justiça, anunciaram advogados dos arguidos.
Este grupo de adeptos faz parte dos 30 detidos numa operação da PSP junto de grupos de adeptos ‘casuals’ do Sporting e do Benfica, indiciados por ofensa à integridade física agravada, roubo, coação, receção de imagens proibidas e envolvimento numa alegada violação de um jovem de 16 anos.
Destas detenções resultaram dois processos separados, um dos quais relativo a 16 adeptos do Sporting, que vão aguardar julgamento em liberdade, e outro a 13 adeptos alegadamente pertencendo ao grupo ‘No Name Boys’, do Benfica, cujas medidas de coação foram hoje divulgadas.
“Continuo a achar, e vou plasmar isso no meu recurso, que os indícios são manifestamente insuficientes para uma medida destas", disse hoje um dos advogados, Bruno Carrêlo Mota, à saída do Campus de Justiça, salientando que os adeptos que representa “ficaram todos em prisão preventiva”.
Outros advogados disseram também aos jornalistas que pretendem recorrer desta decisão, que consideram “desproporcional” e com base “em poucos elementos”.
“O que é dado a conhecer aos advogados torna estas medidas – oito presos preventivos – totalmente desadequado, injusto, desproporcional para os elementos que os advogados viram, e muito menos por [colocar] todos [os detidos] no mesmo saco”, considerou a advogada Ana Antunes, considerando que os arguidos foram colocados no local do crime com base em “declarações de um ofendido” e sem outras provas.
De acordo com a informação enviada pelo presidente da comarca de Lisboa, através do Conselho Superior da Magistratura (CSM), foi determinado que os oito arguidos aguardassem o desenvolvimento do processo em prisão preventiva por “existir perigo de continuação da atividade criminosa e de perturbação do decurso do inquérito”.
Outros cinco arguidos vão aguardar em liberdade, sujeitos a termo de identidade e residência e obrigação de se apresentarem diariamente às autoridades da sua área de residência, proibição de contactarem, pessoalmente ou por interposta pessoa, com os outros arguidos e com as vítimas e testemunhas, assim como com outros elementos dos ‘No Name Boys’. Estão ainda proibidos de se deslocarem a qualquer complexo desportivo e às suas imediações, segundo a mesma fonte.
OS 13 arguidos são indiciados de crimes de roubo, de ofensa à integridade física qualificada, de violação agravada, de gravações ilícitas, de coação agravada, de tráfico de droga, de desobediência e de diversos crimes de detenção de arma proibida.
Na quinta-feira, noutro processo, os 16 adeptos do Sporting foram libertados, proibidos de contactarem entre si e com os ofendidos e ainda proibidos “de se aproximarem e frequentarem todos os estádios a nível nacional nos dias em que existam jogos e as suas imediações, numa distância de pelo menos 500 metros”.
Além dos 29 mandados de detenção fora de flagrante delito, a Polícia de Segurança Pública referiu que “foi ainda detido em flagrante delito outro indivíduo na posse de uma arma proibida, tratando-se de uma arma de fogo”.
Este detido em flagrante delito foi libertado e os factos comunicados ao Tribunal de Sintra, explicou à Lusa fonte policial.
A par das 30 detenções, de indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 47 anos, junto de “dois grupos afetos ao movimento dos ‘casuals’” de ‘leões’ e ‘águias’, foi apreendido “diverso material afeto a esta subcultura”.
Entre os itens apreendidos estão três armas de fogo e mais de 750 munições de vários calibres, material pirotécnico, de petardos a potes de fumo e tochas, armas brancas e outros instrumentos artesanais, “13 artefactos de sinalização marítima”, 5.840 doses de haxixe e 1.016 doses de heroína.