O piloto irlandês Craig Breen (Hyundai i20) prometeu esta quinta-feira «tentar vencer» o Campeonato de Portugal de Ralis, competição que irá disputar integralmente em 2023 a convite da Hyundai Portugal.
Após ter disputado 81 provas do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC), o irlandês, de 33 anos, admitiu, em declarações à agência Lusa, ter aceitado um projeto “interessante” na competição portuguesa, na qual se pretende “divertir”.
“Vai ser interessante descobrir um novo campeonato. É sempre agradável fazer eventos à parte do WRC, conhecer novas pessoas, novos locais, é sempre interessante. O projeto com Portugal é novo, algo que me interessou. O objetivo é tentar vencer o campeonato, conseguir visibilidade para a marca e divertir-me”, frisou.
Craig Breen, que tem como melhor resultado no WRC o sétimo lugar alcançado no ano passado, mostrou-se “motivado” com este novo desafio da carreira, depois de ter trocado a Ford pela Hyundai.
“Estou entusiasmado, claro, motivado por todas as pessoas envolvidas no projeto, pelo entusiasmo da Hyundai Portugal, é um bom país, um bom sítio e com boas memórias. Vou poder ver locais que ainda não vi. Foi bom que a oportunidade tivesse aparecido”, admitiu.
Breen, que completou 33 anos no passado dia 02 de fevereiro, disse conhecer algumas das provas lusas, considerando que tem “boas provas” e que é “uma boa competição”.
“Quando fiz Fafe, foi em asfalto. Mas conheço bem o Rali de Portugal e as especiais da prova. Os outros serão novos. Já não faço há algum tempo o Algarve e será bom voltar”, disse.
Sobre os adversários que vai enfrentar, destaca, sobretudo, José Pedro Fontes, campeão nacional em 2015 e 2016, que considera o seu “melhor amigo”.
“O maior [adversário] será o José Pedro Fontes, que é um grande amigo. É a razão por que surgiu este projeto, espero divertir-me com ele. Será interessante defrontá-lo no asfalto, em que ele é um mestre. Com os outros não corri diretamente mas sei que o nível é elevado, como pude constatar no Rali de Portugal”, explicou Breen.
Para o piloto irlandês, este projeto em Portugal vai, contudo, implicar algum desgaste com as viagens.
“Vai ser complicado, com muitas viagens. Para mim, o CPR dá-me a oportunidade de estar ativo, pois não tenho um programa completo no WRC. Assim, ter um programa secundário é bom”, reconheceu.
Utilizar no CPR um carro com especificações diferentes [um carro Rally 2, enquanto tripula no WRC um protótipo híbrido], não será um inconveniente.
“Não é muito perturbador mudar de um carro para o outro. Espero que seja boa oportunidade”, frisou.
O piloto irlandês considera que poderá fazer maior diferença nas provas de asfalto, piso no qual se sente mais à vontade.
“Comecei a carreira nos karts, pelo que gosto mais do alcatrão do que de terra, pois tenho mais experiência”, explicou.
Revelando ter algum conhecimento de Portugal, pelos períodos de férias que passa em Albufeira, no Algarve, confessa que é da pastelaria lusa que mais gosta, nomeadamente dos “pastéis de nata”.
“Os rapazes já me tentaram explicar um pouco da comida, mas gosto de tudo. Se estiver em Itália, pró exemplo, prefiro uma boa lasanha mas em Espanha, aprecio um ‘chuletón’ [costeleta grelhada]”, concluiu.
Craig Breen foi convidado pela Hyundai Portugal para disputar o CPR em 2023, tendo Ricardo Teodósio, campeão em 2019 e 2021, como companheiro de equipa.
A Hyundai não conquista o título nacional de ralis desde que, em 2018, venceu a competição com Armindo Araújo.