Duas expulsões e um penálti ajudaram o Gil Vicente a vencer inesperadamente o FC Porto por 2-1, em partida da 22.ª jornada da I Liga. Com este resultado aumentou para oito pontos o atraso dos 'dragões' para o líder Benfica.
No Estádio do Dragão, no Porto, os anfitriões terminaram com nove unidades, devido às expulsões de João Mário, aos 35 minutos, e do colombiano Matheus Uribe, aos 52, num encontro em que até abriram o marcador, através do iraniano Mehdi Taremi, aos quatro.
O espanhol Fran Navarro repôs a igualdade, aos 27 minutos, para se tornar o melhor marcador da história do clube de Barcelos no escalão principal, à frente dos 28 golos de Paulo Alves, sendo que o brasileiro Murilo concluiu a ‘cambalhota’, de penálti, aos 45+2.
Quatro dias depois da derrota na visita ao Inter Milão (1-0), da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, o FC Porto consentiu a terceira derrota no campeonato e quebrou uma série de 11 jogos sem perder na prova, continuando na vice-liderança, com 51 pontos, mas agora a oito do Benfica, enquanto o Gil Vicente é 13.º colocado, com 26.
Sérgio Conceição operou três mudanças entre os titulares do embate no terreno do vice-campeão italiano, com Danny Loader a substituir Galeno, ausente por lesão, e Wendell e Stephen Eustáquio a renderem Zaidu e Marko Grujić por opção técnica, respetivamente.
Os ‘dragões’ introduziram a bola na baliza minhota logo na primeira jogada do duelo por Taremi, que foi apanhado em fora de jogo, mas bateu mesmo Andrew ao quarto minuto, ao combinar em contra-ataque com Loader para regressar aos golos cinco jogos depois.
Esse lance expôs problemas no controlo da profundidade da formação de Daniel Sousa, que introduziu Zé Carlos e Pedro Tiba nos lugares de Carraça e Vítor Carvalho face ao empate caseiro com o Vizela (1-1), da jornada anterior, e se sujeitou a outros percalços.
Pepê rematou por cima com a baliza escancarada, após centro de João Mário, aos nove minutos, e Loader acertou na barra, aos 18, precedendo um período em que o FC Porto começou a somar erros na circulação de bola perante um Gil Vicente subido no terreno.
Juan Manuel Boselli obrigou Diogo Costa a defesa apertada, aos 25, dois minutos antes de Tomás Araújo descobrir com um passe à distância Zé Carlos, que ganhou a linha de fundo sob a direito e cruzou rasteiro para o golo do empate do ‘inevitável’ Fran Navarro.
Os anfitriões sentiram o golpe e passaram a jogar em inferioridade numérica a partir dos 35 minutos, quando o árbitro Rui Costa recorreu às imagens do videoárbitro (VAR) para mudar de amarelo para vermelho a cor do cartão mostrado a João Mário, ao entender que o lateral impediu com a mão uma solicitação de Murilo, que deixaria Boselli isolado.
O Gil Vicente intensificou a sua variabilidade de movimentos e ameaçou a reviravolta aos 40 minutos, num ‘tiro’ à trave de Murilo, que, aos 45+2, se mostrou eficiente da marca de penálti, depois de uma falta de Uribe sobre Boselli igualmente detetada através do VAR.
O médio colombiano já tinha recebido cartão amarelo instantes antes e acabaria por ser expulso aos 52 minutos, adensando a complexidade da missão do conjunto de Sérgio Conceição, que improvisara um ‘4-2-3’ em função das circunstâncias para o reatamento.
Paradoxalmente, os minhotos prescindiram de tomar riscos no último terço e escudaram-se com vários jogadores atrás da bola, vendo o suplente Gonçalo Borges (62 minutos) e Taremi (66) errarem o alvo, além de um golo anulado a Eustáquio por fora de jogo (68).
O avanço do relógio potenciou uma toada anárquica nas duas áreas, mas sem ocasiões significativas, com o Gil Vicente a assegurar um inédito triunfo no recinto ‘azul e branco’ - ao fim de 25 derrotas e um empate -, no dia do 40.º aniversário do capitão portista Pepe.