A Fundação Race for Good, do treinador português André Villas-Boas, associou-se ao projeto Futebol Dá Força, instituição apoiada pela UNESCO dedicada ao empoderamento feminino através do desporto, disse hoje à Lusa o técnico.
A Race for Good comunicou hoje a parceria, que além de uma doação monetária visa “criar sinergias” e alavancar a presença de Villas-Boas, seja “ajudar em programas específicos ou estar presente e ser embaixador”, para potenciar o trabalho que já é feito sobretudo em África e América Latina.
“O fenómeno à volta do futebol dá força não é só o desporto e a sua prática, é também a aprendizagem, ensino e educação que está por detrás destas competições e oficinas que a Futebol Dá Força faz. Ensinam-lhes sobre gravidez precoce, trabalho infantil, menstruação... tentam educá-las com algumas ferramentas que se possam defender de alguns problemas que enfrentam”, explica à Lusa o treinador, de 45 anos.
Trabalhando com raparigas dos 10 aos 16 anos, aquela instituição está presente em países como Moçambique, Senegal ou Brasil e, estima, chegou já a cerca de 30 mil crianças e jovens.
O projeto compreende embaixadores, treinadores e voluntários que, em campos de treino, em competições e em oficinas e palestras, fazem um trabalho de educação e desporto em prol do empoderamento feminino, com o objetivo de “transformar a realidade da educação no desporto”.
“Estou profundamente honrada e entusiasmada que o André Villas-Boas se junte à nossa missão – não só pelo excelente treinador que é, mas também pelo exemplo de pessoa e líder. (...) A Futebol Dá Força foi fundada para aproveitar o poder do futebol para melhorar oportunidades e direitos das jovens”, a partir de exemplos e visando a mudança de mentalidades, explicou a diretora-executiva do projeto, Cecilia Safaee.
Temas como o casamento forçado, sobretudo envolvendo menores, o abandono escolar e a exclusão social, bem como a igualdade de género e a inclusão das mulheres no desporto escolar, são marcantes na atuação da fundação.
André Villas-Boas, antigo treinador de FC Porto, Chelsea ou Marselha, entre outros, fundou a Race for Good em 2018, potenciando a fundação através da participação em corridas, como o rali Dakar, criando um movimento social e humanitário a partir dessa premissa.