O guarda-redes Rafael Bracali, designado esta semana o melhor jogador de fevereiro pelos adeptos do Boavista, «é uma referência» do clube, admitiu esta quinta-feira o treinador do Boavista, na véspera da receção ao Arouca, da 23.ª ronda da I Liga.
“Desde a minha chegada, é um jogador que trabalha muito, é um exemplo para os mais novos, conhece bem e sabe aquilo que o clube quer e transmite um pouco da mística do Boavista. É um exemplo e todos os dias dá o seu melhor. Às vezes, também temos de o acalmar, porque, com a sua idade, não dá para trabalhar sempre no máximo. Ele sabe quando o corpo requer mais descanso”, assumiu o técnico, em conferência de imprensa.
O brasileiro bateu Ricardo Mangas e o gambiano Yusupha no concurso mensal realizado pelas ‘panteras’, com a particularidade de ser o jogador mais velho a competir na edição 2022/23 do campeonato, contando nesta altura 41 anos, nove meses e 25 dias de idade.
“Fico satisfeito por aquilo que ele tem dado ao clube e à equipa, não só dentro, mas fora de campo. Quando eu estive na Alemanha [ao serviço do Colónia, entre 2008 e 2012], também vi o [guarda-redes colombiano] Faryd Mondragón a jogar perto dos 40 e tal anos. São jogadores que sabem tratar-se de si próprios”, notou.
O veterano ‘guardião’ vai agora reencontrar o Arouca, clube que representou antes de ter rumado ao Boavista, com Petit a projetar “um jogo interessante e de muita intensidade, qualidade e criação de oportunidades de golo” entre “duas equipas em bons momentos”.
“O opositor tem opções com qualidade no meio-campo, circula muito bem a bola por trás ou na profundidade e é perigoso no contra-ataque. Já tinha dito aquando do encontro da primeira volta que apreciava muito aquilo que o Arouca estava a fazer e a qualidade que apresentava no seu jogo. Isso é reflexo da classificação que ocupa neste momento, mas olhamos também para o que podemos controlar e temos vindo a fazer na I Liga”, vincou.
Sem perder há quatro jornadas em casa, os ‘axadrezados’ procuram dar seguimento ao triunfo alcançado no terreno do lanterna-vermelha Paços de Ferreira (3-1) para poderem superar a barreira dos 30 pontos, visando um lugar na metade superior da classificação.
“Nunca disse a posição que queremos. É claro que olhamos para a tabela, mas o foco é lutar sempre pelos três pontos e subir progressivamente. No final da época, logo se verá. O pensamento que transmito aos meus jogadores é trabalhar todos os dias no máximo para chegarem aos jogos e terem o mesmo compromisso dos treinos. Temos 29 pontos, mas queremos ir para os 32. É a ambição e o compromisso que temos com eles”, frisou.
Petit já pode voltar a utilizar o francês Vincent Sasso e Bruno Lourenço, que cumpriram castigo no último jogo, mas está privado de Pedro Malheiro, do norte-americano Reggie Cannon, ambos suspensos, e do venezuelano Adalberto Peñaranda, ainda indisponível.
“Temos duas ou três possibilidades que trabalhámos para a posição de lateral direito. Os atletas estão connosco há vários meses e sabem o que queremos, tanto num sistema de três centrais, como numa defesa a quatro, tal como temos jogado ultimamente”, referiu.
O Boavista, oitavo classificado, com 29 pontos, recebe o Arouca, sexto, com 33, na sexta-feira, a partir das 19:00, no Estádio do Bessa, no Porto, no encontro de abertura da 23.ª jornada da I Liga, com arbitragem de Luís Godinho, da Associação de Futebol de Évora.