O treinador do Marítimo, José Gomes, caracterizou esta sexta-feira a situação dos madeirenses na I Liga como «um carro atascado na areia», estando a saída dependente de uma vitória, diante do Gil Vicente, na 23.ª jornada.
“Para valorizar o que foi feito e dar continuidade, temos de encadear um novo resultado bom para tirar o ‘carro’ que está numa zona com areia e estamos ali um bocado atascados. Para sair de lá temos de ganhar, respeitando a valia do Gil Vicente”, disse José Gomes na antevisão à deslocação a Barcelos.
Os ‘verde-rubros’ procuram alcançar pela primeira vez na temporada duas vitórias consecutivas, após derrotarem o Santa Clara por 3-1 na ronda anterior, resultado que permitiu abandonar os lugares de despromoção direta, também pela primeira vez na presente edição.
A receção aos açorianos foi encarada como uma verdadeira final pelos maritimistas, tendo o técnico de 52 anos garantido que, para o jogo que se aproxima, “o espírito tem de ser rigorosamente o mesmo, porque o número de jornadas pela frente permite quase inverter a tabela classificativa, à exceção dos seis primeiros”.
Os ‘galos’ recebem o Marítimo num momento ascendente, não conhecendo o sabor da derrota há quatro jogos, tendo vencido o último, na visita ao FC Porto (2-1), após darem a volta ao resultado no Estádio do Dragão.
Segundo o ‘timoneiro’, o Gil Vicente “é uma equipa muitíssimo bem organizada, com uma equipa técnica preparadíssima”, que tem vindo a fazer bons jogos e não apenas frente ao FC Porto.
“Há qualidade no trabalho que não se vê num primeiro momento, mas, analisando, as coisas repetem-se, não são fruto do acaso”, explicou José Gomes.
José Gomes salientou ainda o “instinto matador e a arte de goleador” dos gilistas Fran Navarro, dotado de “uma capacidade tremenda de enganar os defesas centrais e criar o espaço para finalizar”, lembrando o lance que originou o primeiro golo do adversário ante os ‘dragões’.
Questionado sobre o que fará o Marítimo para contrariar a formação de Barcelos, o treinador maritimista sublinhou que “não há uma receita mágica”, mas que “tem de haver uma concentração constante”, pois qualquer quebra da mesma deixa o emblema insular “exposto ao que [os jogadores adversários] conseguem fazer de bem”.
“É impossível vencermos o Gil Vicente se não estivermos concentrados, se não formos agressivos e se não conseguirmos retirar o Fran Navarro da zona onde ele é forte”, analisou, realçando que os madeirenses têm de ser “muito agressivos nos duelos e não permitir que [os minhotos] tenham tempo e espaço para pensar”.
O Marítimo, na 16.ª posição, com 16 pontos, visita o Gil Vicente, 13.º, com 26, no domingo, às 15:30, num encontro dirigido pelo árbitro Hélder Malheiro, da Associação de Futebol de Lisboa.