O FC Porto foi hoje à Luz vencer, impondo ao Benfica a primeira derrota caseira da temporada, num clássico da I Liga em que os ‘dragões’ foram ‘donos e senhores’ perante uns ‘encarnados’ irreconhecíveis.
Em duelo da 27.ª jornada, Uribe, aos 45 minutos, e Taremi, aos 54, fizeram os golos dos atuais campeões nacionais, já depois de um autogolo do guarda-redes Diogo Costa ter dado vantagem ao Benfica, aos 10, num encontro em que a equipa de Sérgio Conceição dominou do início ao fim.
O líder Benfica e o segundo classificado FC Porto passam agora a estar separados por sete pontos, com sete rondas por disputar, cenário que mesmo assim continua bem favorável para a formação do alemão Roger Schmidt chegar ao tão ambicionado 38.º título nacional, que foge há três anos aos lisboetas.
Os ‘encarnados’ sofreram o primeiro desaire caseiro em todas as provas, e o segundo da época, mas o mais preocupante desta partida com FC Porto talvez nem seja o resultado, mas sim a exibição, que foi de certeza uma das piores da ‘era Schmidt’, senão a pior.
Durante os 90 minutos, o Benfica foi dominado e controlado pelo seu rival, com jogadores como João Mário e Rafa, determinantes nesta caminhada, a mostrarem-se completamente fora de forma, assim como outras unidades da equipa de Schmidt.
O médio Chiquinho, por exemplo, deixou hoje de certeza os adeptos benfiquistas a suspirar pelo argentino Enzo, vendido ao Chelsea em janeiro, durante a reabertura do mercado de transferências.
Por isso mesmo, com os ‘encarnados’ claramente a perderem fulgor, com duelos com Sporting e Sporting de Braga pela frente, bem como desgaste da Liga dos Campeões, o FC Porto ainda pode sonhar com a revalidação do título, embora esteja obrigado, claro, a vencer todos os jogos até final.
Mesmo com o regresso do médio Florentino ao ‘onze’, por troca com o mais ofensivo Neres, os ‘encarnados’ raramente tiveram o controlo da bola, ainda mais com o FC Porto a entrar na partida a ‘todo o gás’ e com uma intensidade gigante na procura do esférico.
Mesmo assim, na primeira vez que chegou perto da área dos dragões’ e na primeira vez que fez um remate, o Benfica chegou à vantagem, num lance infeliz de Diogo Costa, que regressou à equipa inicial de Sérgio Conceição, assim como o defesa Pepe.
Após centro de Bah (saiu pouco depois lesionado), Gonçalo Ramos cabeceou à barra, mas a bola acabou por entrar após bater nas costas do guardião internacional português.
Aos 10 minutos, sem ter feito muito para isso, a formação de casa estava na frente no marcador, tinha todas as condições para controlar a partida e dar um passe gigante rumo ao título.
Tal não aconteceu. O FC Porto dominou por completo o jogo e, quando o árbitro Artur Soares Dias apitou para o intervalo, jogadores, treinadores e adeptos do Benfica suspiraram de alívio tal o sufoco imposto pelo ‘dragões’, sobretudo nos instantes finais da primeira parte.
Aos 45 minutos, com um forte remate rasteiro já dentro da área, o colombiano Uribe empatou a partida e, pouco depois, Galeno festejou a reviravolta, mas o golo do extremo brasileiro foi anulado por um fora de jogo de seis centímetros.
Quando se esperava alguma reação no arranque da segunda parte, a equipa ‘encarnada’ continuou completamente desinspirada e sem conseguir fugir à teia do seu adversário, com o FC Porto a chegar com justiça à vantagem no marcador, aos 54 minutos.
Num lance que teve início num passe disparatado de Grimaldo (outro dos jogadores que está claramente longe da melhor forma), Taremi apareceu soltou à entrada da área e, com um remate rasteiro e ‘enrolado’, bateu Vlachodimos.
Estava feita a reviravolta e o Benfica passou a ter de ir à busca do golo para fugir à derrota (Neres rendeu Florentino), mas nunca mostrou capacidade para, pelo menos, chegar ao empate.
O melhor que a equipa de Schmidt fez até final foi um remate rasteiro de fora da área de Chiquinho que foi à figura da Diogo Costa, ou seja, muito pouco para o líder da I Liga, ainda mais a jogar em casa.
O Benfica foi mantendo alguma esperança no empate graças a Taremi, que aos 73 minutos teve um falhanço incrível, num lance que, se tivesse tido sucesso, acabaria com as dúvidas no marcador.
Isolado perante Vlachodimos e com Zaidu e Martinez a seu lado, o iraniano falhou o passe e ‘matou’ por completo a jogada.