O ciclista esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) completou hoje o ‘tríptico das Ardenas’ de palmarés, ao superiorizar-se nos metros finais do Muro de Huy, para vencer a Flèche Wallonne, somando a terceira vitória em clássicas esta época.
‘Pogi’ prolongou hoje o seu domínio avassalador nesta temporada, impondo-se, sem grandes dificuldades, no mítico Muro de Huy, ao acelerar nos metros finais dos 194,3 quilómetros desde Herve para cortar a meta com o tempo de 04:27.53 horas, à frente do dinamarquês Mattias Skjelmose (Trek-Segafredo) e do espanhol Mikel Landa (Bahrain-Victorious), respetivamente segundo e terceiro com o mesmo tempo.
Vencedor da Amstel Gold Race no domingo, Pogacar tornou-se no quarto ciclista da história a ganhar a clássica neerlandesa e a Flèche Wallonne no mesmo ano, depois dos italianos Davide Rebellin (2004) e Danilo Di Luca (2005) e do belga Philippe Gilbert (2011).
Aos 24 anos, o bicampeão do Tour (2020 e 2021) completou o ‘tríptico das Ardenas’ no palmarés – conquistou a Liège-Bastogne-Liège em 2021 -, e vai procurar no domingo unir-se na história a Rebellin e Gilbert, os únicos a vencerem as três prestigiosas clássicas daquela região do centro europeu no mesmo ano.
“Deixei tudo na subida, foi superduro. […] A 20 quilómetros da meta, ou até a 50, estava bastante nervoso, mas a equipa fez um grande trabalho para me manter na frente. Houve um momento em que quase caí, estava caótico, mas conseguimos finalizar”, congratulou-se o esloveno, notando que nenhuma outra equipa ajudou a sua UAE Emirates.
Após a sua 10.ª vitória em 18 dias de competição em 2023 – e também conquistou as gerais do Paris-Nice e da Volta à Andaluzia -, ‘Pogi’ confessou não ficar “farto de cortar a meta em primeiro”, preferindo “desfrutar do momento” antes de prognosticar um eventual pleno esta época nas clássicas das Ardenas no domingo, dia de Liège-Bastogne-Liège.
Antes de o pelotão sair de Herve, já a clássica belga era notícia pelas inúmeras baixas de peso entre o ‘elenco’ que deveria disputá-la: além do português Rui Costa, a lidar com uma “irritação no joelho” segundo a Intermarché-Circus-Wanty, não alinharam o vencedor do ano passado, o doente Dylan Teuns (Israel-Premier Tech), Julian Alaphilippe, o campeão em 2018, 2019 e 2021 – ausente devido a (uma nova) lesão, desta vez no joelho, provocada por uma queda na Volta a Flandres -, ou Jai Hindley, o vencedor do Giro2022, que está com uma infeção respiratória.
Numa Flèche Wallonne sem história até à ascensão final, um dos destaques da jornada foi para Soren Kragh Andersen (Alpecin-Deceuninck), que andou na fuga do dia, e ainda ‘engatou’ em Samuele Battistella (Astana) e Louis Vervaeke (Soudal-QuickStep), os últimos resistentes à perseguição da UAE Emirates.
Já no Muro de Huy, Romain Bardet (DSM) tentou atacar, mas foi ‘bloqueado’ por Michael Woods (Israel-Premier Tech), um ‘movimento’ que permitiu que Pogacar atacasse quando quis, sem que Skjelmose e Landa o conseguissem alcançar.
“Bater o Pogacar não era possível. Ele é superior aos outros, não podemos fazer nada neste momento”, resumiu Landa, referindo-se ao também vencedor da Volta a Flandres.
Ruben Guerreiro (Movistar), o único português em prova, foi 30.º, a 22 segundos de ‘Pogi’.