Declarações de Moreno, treinador do Vitória de Guimarães, após o jogo frente ao Sporting, da 29.ª jornada da I Liga.
“Podia agarrar-me ao golo anulado a finalizar a primeira parte e ao golo sofrido após o intervalo. Também conta, mas há uma coisa que não vou admitir enquanto cá estiver: o comportamento de alguns atletas. Não gostei. Não vou permitir nunca que alguns comportamentos se instalem no nosso grupo de trabalho.
Na primeira parte, estivemos organizados: sabíamos que não íamos ter tanta bola, mas saímos em transição uma ou duas vezes.
Na segunda parte, não gostei de alguns comportamentos de alguns meninos mimados e não os vou permitir. Não sei quanto tempo estarei cá, mas não os vou permitir. Comportamentos que não se adequem a profissionais do Vitória, não é comigo.
Até ao último dia, vou com aqueles que querem ir comigo. Para mim, o importante é a minha consciência. Protegi-os sempre [os jogadores], o grupo, ao longo do ano.
A estrutura interna [do Vitória] sempre me apoiou. Quanto aos adeptos, é normal que não estejam satisfeitos. Conheço a exigência do clube, e não podem estar satisfeitos. Sabia bem da dificuldade que ia ser [assumir a função de treinador principal], mas estou bem comigo, que é o mais importante.
Com o presidente [António Miguel Cardoso], só tenho gratidão pela oportunidade que me deu, mas é natural que os adeptos não estejam satisfeitos. Sinto-me um privilegiado pela oportunidade que tive. Alguém ia bater palmas com a segunda parte que tivemos? É o normal, isto é o Vitória, um clube com uma exigência muito grande.
Há ausências que são complicadas de gerir. Perdemos o Varela, o Amaro, o Jorge Fernandes, que são líderes. Podia agarrar-me a isso, mas tenho de ser coerente. Confio em todos [os jogadores], mas quando as oportunidades surgem são para ser agarradas e não foi isso que aconteceu.
Nestas últimas cinco jornadas, terão de ser muito diferentes [em campo]. Eu vou à luta com os atletas que sabem o que é vestir a camisola do Vitória.
A equipa tem desconforto quando se apanha em desvantagem. O golo anulado [no final da primeira parte] e começar na segunda parte a sofrer o golo dificultou, mas todo este cenário criou ainda mais desconforto, mas isso não é razão para o que se passou na segunda parte. A equipa tem de reagir, tem de lutar, tem de ganhar bolas. Não gostei da segunda parte, muito fraca”.