O FC Porto vai apresentar recurso junto do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) face aos dois jogos de interdição do Estádio do Dragão aplicados pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“O FC Porto não se conforma com essa decisão e vai recorrer. De qualquer das formas, mantém-se ativa a providência cautelar interposta na altura da primeira decisão. Ou seja, os próximos jogos do FC Porto em casa irão ser, com certeza, [realizados] no Estádio do Dragão”, referiu na terça-feira o diretor de comunicação do clube, Francisco J. Marques.
A revelação foi feita durante o programa Universo Porto da Bancada, do Porto Canal, no mesmo dia em que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anunciou ter mantido na íntegra o acórdão proferido contra o FC Porto pelo pleno da secção profissional do CD da FPF.
Em 19 de julho de 2022, o órgão disciplinar tinha decidido interditar o Estádio do Dragão, no Porto, por duas partidas, tendo em conta os incidentes verificados durante a receção dos ‘azuis e brancos’ ao Sporting, no clássico da 22.ª ronda da edição 2021/22 da I Liga.
Os campeões nacionais foram também condenados a pagar uma multa de 25.245 euros, por “arremesso de objeto sem reflexo no jogo” e “inobservância qualificada de deveres”.
O CD da FPF multou ainda em 1.530 euros o coordenador de segurança da SAD do FC Porto, João Paulo Sousa, enquanto o diretor de campo e o diretor de segurança, Ricardo Carvalho e Carlos Carvalho, respetivamente, receberam coimas de 918 euros cada um.
Já Manuel Silva (colete azul n.º 02), Carlos Elias (n.º 03) e Cláudio Filipe Nova (n.º 05), todos identificados como “elementos de apoio às ações promocionais da FC Porto SAD”, receberam 75 dias de suspensão e uma multa de 3.060 euros por causa de “agressões”.
Alvo de um processo disciplinar logo nos dias seguintes ao clássico, que foi realizado em 11 de fevereiro de 2022 e acabou empatado 2-2, o defesa brasileiro do Sporting Matheus Reis tinha sido constituído arguido, mas foi considerado absolvido do ilícito de agressão.
O mapa de castigos decorrente desse clássico foi divulgado na sequência da instauração de um processo de inquérito aos incidentes verificados no relvado, como o arremesso de objetos de apanha-bolas e de objeto metálico, em forma de projétil, ou o comportamento de assistentes de recinto desportivo e de elementos da equipa de ativações publicitárias.
Quando faltavam 12 jornadas para o fim do campeonato, o então líder FC Porto manteve os seis pontos de avanço sobre o Sporting, segundo classificado, ao responder aos golos de Paulinho (oito minutos) e Nuno Santos (34) por Fábio Vieira (38) e Mehdi Taremi (78), tendo jogado em vantagem numérica a partir dos 49, por expulsão de Sebastián Coates.
Argumentando que os dois jogos de interdição do próprio recinto se deviam “apenas e só ao comportamento de elementos que não pertencem à estrutura” do clube, a SAD ‘azul e branca’ apresentou aquando do seu primeiro recurso uma providência cautelar, que seria aceite pelo TAD e acabou por suspender a aplicação do castigo ditado pelo CD da FPF.
O FC Porto tem mais três encontros por cumprir no Estádio do Dragão até ao final desta época, começando por receber o Famalicão, na quinta-feira, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, antes de encarar Casa Pia e Vitória de Guimarães, nas 32.ª e 34.ª e última rondas do campeonato, agendadas para 14 e 28 de maio, respetivamente.