João Pedro Sousa: "Quem disse que Colombatto chamou alguma coisa é mentiroso"

“Antes desta meia-final, sempre dissemos que iríamos disputar a presença na final e nunca desistimos dessa ideia. Ter jogadores com esta capacidade técnica, tática e mental é fundamental para fazer jogos deste nível. Sabíamos que seria difícil, mas que era possível ser melhor do que o FC Porto. Fomos muito melhores e estes jogadores mereciam poder disputar a final da Taça de Portugal. Infelizmente, não vão jogar, mas não duvido de que o clube e muitos destes atletas que jogaram hoje [quinta-feira] vão disputar diversas finais e estar nas decisões dos troféus.

[Alegados insultos racistas de Santiago Colombatto para Pepe] Não importa quem foi que disse, mas é mentira se alguém tiver dito que o ‘Santi’ insultou alguém. Ou [essa pessoa] é mentirosa ou percebe mal, mas é preciso ter cuidado quando se acusa as pessoas.

Falei com ele [no final do jogo]. O Santiago Colombatto é um grande profissional e deixa tudo no campo. Atrás do profissional, está um grande senhor. Só lhe perguntei uma vez. Se me dissesse outra coisa ou, por alguma razão, tivesse feito aquilo de que lhe acusam, assumiria rapidamente isso, devido ao carácter que tem. A partir do momento em que ele disse que era mentira, é mentira. Se alguém diz que aquilo aconteceu, são mentirosos.

[Festejos de Sérgio Conceição na direção do banco do Famalicão após o 2-2] Não sei o que se passou, sinceramente. Quando dei por mim, estava o treinador adversário numa gritaria tremenda à minha frente e junto à minha cara. De facto, é lamentável a todos os níveis. Eu percebo o calor das coisas, mas também garanto que jamais teria feito aquilo.

Por uma razão muito simples: sou uma pessoa bem-educada e bem formada. Também tenho o coração junto à boca e vivo as partidas com muita intensidade, mas isso não me permite fazer um golo e ir gritar na cara do treinador adversário. Sinceramente, não sei aquilo que ele me disse, porque não ouvi. Naquela altura, não podia perder tempo com isso. Sou pago para fazer este trabalho e tinha de pensar muito rápido no resto do jogo.

Não faço nem vou fazer tudo aquilo que seja insultar os árbitros, os jogadores ou o que quer que seja, até porque não preciso. Vivo assim a minha profissão e não vou mudar.

Não posso esconder que os níveis de ambição para este jogo estavam muito altos, pois poderia determinar o jogo mais importante da época, que queríamos disputar. Iria ser o jogo da história do clube e da cidade e isso mexeu muito com o grupo, pois acreditámos sempre que era possível chegar à final. Estes jogadores já surpreenderam muita gente, mas reconheço que será difícil competir em outros jogos a este mesmo nível exibicional.

Fomos melhores nas duas mãos. Nos primeiros 90 minutos de hoje [quinta-feira], fomos muito melhores e merecíamos ir à final. Se fôssemos ao desempate por penáltis, íamos à final, porque temos um guarda-redes fantástico e bons batedores. O Rúben [Lima] entrou por isso [na reta final]. É um excelente batedor de penáltis, tal como o Iván Jaime, que já estava com cãibras e não conseguia caminhar. Agora, estávamos confortáveis no jogo e perante a pressão e a forma como o adversário nos estava a tentar empurrar para trás.

Mesmo nos penáltis, íamos ganhar. Estava convencido disso. Num lançamento de linha lateral, fomos novamente fortes na primeira bola, mas a segunda já era muito difícil de disputar e aquele remate [de Otávio] era impossível de defender. A bola passou por um número absurdo de jogadores, desviou no meio deles todos e entrou mesmo na gaveta. Foi um pormenor que ditou o vencedor, mas, se há algum treinador orgulhoso, sou eu”.