O Sevilha venceu esta quarta-feira a sua sétima Liga Europa, ao vencer a Roma, de José Mourinho, no desempate por penáltis, após igualdade a uma bola, e ‘deu’ a primeira derrota em finais europeias ao técnico português.
Mancini e o brasileiro Ibañez desperdiçaram castigos máximos para os romanos – Cristante converteu a sua –, enquanto os sevilhanos converteram as quatro grandes penalidades que dispuseram, por Ocampos, Lamela, Rakitic e Montiel.
A final chegou aos penáltis e ao prolongamento depois de o argentino Dybala ter dado vantagem à formação italiana, aos 35 minutos, e de os espanhóis terem empatado, com um autogolo de Mancini, na segunda parte, aos 55.
Numa ‘maratona’ de futebol que pouco entusiasmo teve junto das balizas, prevaleceu a equipa mais propensa a vencer esta competição, com sete títulos, mais do que qualquer clube, perante a até aqui ‘inevitabilidade’ de José Mourinho, que fica a saber o que é perder uma final europeia depois de seis conquistas, a última a Liga Conferência Europa já com o clube da ‘Loba’.
‘Mou’ somava duas Ligas dos Campeões, a primeira com o FC Porto em 2004 e outra em 2010, com o Inter Milão, e já tinha vencido a Taça UEFA com os ‘dragões’ antes de vencer o sucessor, a Liga Europa, em 2017 com o Manchester United, seguindo para a Roma para se impor na edição inaugural da Liga Conferência Europa, já nos ‘romanistas’.
Um jogo equilibrado e poucas vezes bem disputado parecia assentar ao estilo de ambas as equipas, rendendo poucas oportunidades de golo, uma profusão de duelos homem a homem e a ‘esperança’ de que uma bola parada certeira pudesse fazer a diferença.
No primeiro tempo, o primeiro a mostrar-se foi Spinazzola, aos 11 minutos, com o marroquino Bono a negar o primeiro golo, que viria depois de os romanos protestarem um lance de penálti após o sérvio ex-Sporting Gudelj acertar com o pé na cabeça do inglês Abraham, sem que o videoárbitro (VAR) tenha considerado merecedor de falta.
Uma recuperação de Cristante, antigo médio do Benfica, no meio-campo permitiu, depois, a Mancini descobrir o argentino Dybala, o grande ‘bluff’ de Mourinho, que tinha garantido que este só poderia jogar “20 ou 30 minutos”, tendo sido lançado de início.
O 17.º golo esta época do ‘astro’ argentino, que chegou ao clube a custo zero após deixar a Juventus, aos 35 minutos, compunha uma final ideal para o técnico luso, que se ocupou de defender da melhor forma a vantagem.
O ex-FC Porto Fernando ainda cabeceou por cima sem oposição, aos 44, e no sexto minuto de descontos foi o croata Rakitic a acertar no poste, de fora da área, já depois de o arremesso de pirotecnia para o relvado ter parado momentaneamente a partida durante alguns segundos.
O Sevilha, que venceu todas as seis finais da prova em que tinha participado até hoje e parece ter um íman para o troféu, entrou forte no segundo tempo, com José Luis Mendilibar a lançar Suso e Lamela em campo, no lugar do antigo ‘dragão’ Óliver Torres e Bryan Gil.
Um cruzamento do ‘eterno’ capitão dos espanhóis, Jesús Navas, levou a que Mancini emendasse para a própria baliza, aos 55, dando novo momento de glória ao veterano, que estava na conquista de 2006, ante o Middlesbrough, então com 20 anos.
Foi o primeiro golo sofrido de Mourinho desde que venceu o Celtic na final da Taça UEFA em 2003, por 3-2, a que se seguiram cinco jogos decisivos em que manteve a baliza inviolável, até hoje.
O VAR voltou a ter de trabalhar aos 75, anulando um penálti inicialmente assinalado para a formação espanhola, e depois aos 82, por possível mão da bola que favoreceria os italianos, antes de Belotti proporcionar nova defesa a Bono.
No último minuto de descontos, uma defesa incompleta de Patrício gerou nova ocasião de perigo para os espanhóis, com Fernando a rematar torto, mas o prolongamento foi mesmo o desfecho do tempo regulamentar.
Gerou-se um jogo ainda menos bem disputado, com poucos lances de monta, e um contínuo ‘sofrimento’ de parte a parte, com plantéis diminuídos fisicamente e quase a ‘pedir’ o desempate nos penáltis, salvo um cabeceamento do defesa inglês Smalling à barra no final da ‘maratona’ que só acabou para lá dos 120+11.
No desempate por grandes penalidades, Bono e Rui Patrício surgiram como candidatos a heróis, dada a sua propensão para defender nestes momentos, mas só o primeiro ‘brilhou’, ao defender o penálti de Mancini com a perna e, depois, ver o brasileiro Ibañez falhar.
O guarda-redes português ainda defendeu uma bola de Montiel, que manteria a Roma em jogo, mas o árbitro mandou repetir uma vez que o internacional luso se deslocou da linha de baliza, dando ao defesa argentino, que já tinha feito o remate decisivo no desempate da final do Mundial Qatar2022, a oportunidade de ser herói de outra ‘nação’, a sevilhista.