Dois golos de Ilkay Gundogan permitiram este sábado ao Manchester City manter-se na rota do ‘treble’ e conquistar a Taça de Inglaterra, graças à vitória por 2-1 sobre o rival Manchester United, que marcou por Bruno Fernandes.
Nunca a expressão “entrar a ganhar” se tornou tão válida quanto hoje, pelo menos numa final da Taça de Inglaterra, quando o médio alemão marcou, aos 13 segundos, o golo mais rápido de sempre, ao qual respondeu o jogador português, aos 33, de grande penalidade, antes de Gundogan fixar o resultado, aos 51.
Pouco tempo após ter-se sagrado tricampeão inglês, o City arrebatou pela sétima vez a Taça de Inglaterra, numa final inédita com o rival de Manchester, e pode fechar a época 2022/23 com um ‘treble’ inédito na história do clube, se vencer no próximo sábado o Inter Milão na final da Liga dos Campeões.
O Manchester United, o único clube a alcançar tal proeza, em 1999, procurava evitar já hoje que a equipa treinada pelo espanhol Pep Guardiola continuasse a sonhar com essa possibilidade, mas terá agora de contar que os italianos mantenham o rival afastado da glória europeia que persegue há vários anos.
Se Bruno Fernandes marcou o golo dos ‘red devils’ e tentou desempenhar a árdua missão de organizar o futebol da sua equipa – tarefa que o opôs várias vezes ao compatriota Bernardo Silva, protagonista de um jogo menos inspirado -, Rúben Dias mostrou-se inultrapassável na defesa do City e Diogo Dalot não abandonou o banco de suplentes do United.
O jogo começou, literalmente, com o primeiro golo de Gundogan, alcançado com um colocado remate de fora da área, 13 segundos após o apito inicial do árbitro Paul Tierney, na sequência de uma jogada que começou com um pontapé longo do guarda-redes alemão Stefan Ortega.
O médio germânico marcou o golo mais rápido no jogo decisivo da prova, superando por 12 segundos o anterior registo, que pertencia a Louis Saha desde 2009, quando o avançado francês inaugurou o marcador para o Everton, frente ao Chelsea, que acabou por vencer o jogo, por 2-1.
Os ‘citizens’ voltaram à carga pouco depois, com um desvio de cabeça do médio espanhol Rodri, mas o golo madrugador teve o condão de serenar o esperado vendaval ofensivo do City, poupando, talvez, a mais sobressaltos o rival citadino, que também nunca se mostrou, verdadeiramente, ameaçador.
Tal como aconteceu com o adversário, os ‘red devils’ igualaram sem terem feito muito para isso, através de uma grande penalidade concretizada por Bruno Fernandes, aos 33 minutos, a punir um toque com a mão do imprevidente Jack Grealish dentro da grande área do tricampeão inglês.
O empate ao intervalo expressava mais o conformismo do City do que o mérito do United, mas Gundogan rapidamente tratou de recolocar os ‘citizens’ em vantagem - ainda que tenha demorado um pouco mais do que no início da partida -, como novo remate de longe, após ter sido ‘descoberto’ pelo belga Kevin De Bruyne sem marcação à entrada da área adversária.
O guarda-redes espanhol David de Gea evitou o terceiro golo dos ‘citizens’, opondo-se aos remates de De Bruyne e, pouco depois, do norueguês Erling Haaland, que terminou um raro jogo em branco, ainda que tenha voltado a estar perto de faturar na sequência de um ressalto, já perto do fim.
Privado de dois importantes ativos para o ataque, o brasileiro Antony e o francês Anthony Marital, ambos lesionados, o treinador dos ‘red devils, o holandês Erik ten Hag, lançou Alejandro Garnacho e o avançado argentino tentou quebrar a apatia da sua equipa e quase marcou aos 72 minutos, mas a bola saiu ligeiramente ao lado do poste.
Menos perigoso, o United manteve-se à distância de um golo de empatar a final e essa possibilidade nunca abandonou Wembley, ficando perto de se concretizar já no período de compensação, quando Ortega a impediu por duas vezes no mesmo lance, em que a bola ainda embateu na barra da baliza do City.