A proposta da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para criar uma entidade externa para gerir a arbitragem nas provas profissionais passará pelo crivo legislativo, frisou esta quarta-feira o secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD).
“Se vier a fazer o seu caminho, a proposta obedecerá a uma intervenção legislativa, não só do Governo, mas da Assembleia da República. É importante que todos os atores da modalidade se pronunciem. Julgo que também é esse o interesse da FPF. Este debate público é muito importante e o Governo continuará atento”, garantiu João Paulo Correia.
O governante falava aos jornalistas à saída da sociedade de advogados Telles, no Porto, onde falou na conferência “Regime Jurídico das Sociedades Desportivas”, um dia depois da “nova resposta” para a arbitragem revelada pelo organismo regulador do futebol luso.
“Qual o objetivo? Terá de fazer essa pergunta à FPF. O que me compete transmitir com verdade é que tomei ontem [terça-feira] conhecimento da proposta, que irá ser analisada com toda a atenção e cuidado e tem implicações do ponto de vista legislativo”, reiterou.
Em comunicado, a FPF admitiu que a existência de uma entidade externa naquele setor, tal como “já sucede em outros países”, permite “utilizar ferramentas e mecanismos legais que assegurem a constituição e desenvolvimento do quadro de árbitros mais adequado”.
O organismo presidido por Fernando Gomes informou desta intenção os seus associados e a secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e vai convidar de imediato a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) para integrar um grupo de trabalho, que será liderado pelo presidente do Conselho de Arbitragem (CA) e que vai contar com o suporte da direção jurídica da FPF.
Apesar de ter proposto uma entidade externa, a direção da FPF defende que “o trabalho conjunto dos membros do CA e das equipas de arbitragem tem permitido melhorar o setor”, sugerindo mudanças por estar “sempre disponível para novas soluções e ideias”.