O Grupo Desportivo Vilar de Perdizes, do Campeonato de Portugal, está em risco de desistir da competição por falta de campo, apesar de ter confirmado a inscrição para 2023/2024.
Depois de assegurar a manutenção no Campeonato de Portugal na época de estreia nas competições nacionais, o Vilar de Perdizes está em risco de desistir das mesmas por falta de campo.
“Até ao dia de hoje, não tenho nenhuma solução. Está tudo em aberto. Realizei a inscrição, mesmo para esgotar todas as possibilidades, sabendo de antemão que podemos sofrer penalizações”, sublinhou.
Impedido de jogar no Estádio Municipal da Lage por este não deter as medidas regulamentares, na época 2022/2023 a equipa jogou no Complexo Desportivo Francisco Carvalho, gerido pela SAD do Desportivo de Chaves, da I Liga portuguesa de futebol.
“Este ano, com a criação da equipa B, sabíamos de antemão que seria muito mais difícil devido ao fluxo de jogos, e decidimos procurar uma alternativa”, explicou.
De acordo com o responsável, esta alternativa podia passar pelo Estádio Dr. Diogo Alves Vaz Pereira, ‘casa’ do Clube Desportivo e Cultural (CDC) de Montalegre.
“Esta temporada [2023/2024], visto que ambos os clubes irão competir no Campeonato de Portugal e que o relvado foi remodelado, considerei que [o Estádio] poderia ser utilizado pelas duas equipas”, disse.
Contudo, após uma reunião com o município de Montalegre, o clube não obteve a desejada ‘luz verde’.
“Visto que os técnicos do município comunicaram que o relvado não iria aguentar o fluxo de jogos, a presidente do município de Montalegre disse que não tinha solução para nos apresentar”, frisou.
O dirigente reuniu com a autarquia de Boticas, tendo apresentado “uma proposta para ajudar a economia local”, que acabou por ser rejeitada.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do município de Montalegre, Fátima Fernandes, explicou que o Estádio Dr. Diogo Alves Vaz Pereira “está cedido há muitos anos” ao CDC Montalegre.
Ainda assim, foi “pedido um parecer técnico por causa da manutenção do relvado”, que concluiu que, “passados dois meses”, o mesmo iria “ficar impraticável para as duas equipas”.
Depois de comunicar o parecer ao clube, tomou “algumas diligências”, “na vizinhança”, para procurar uma solução, “mas não foi possível”.
A autarca adiantou, ainda, que o município comunicou ao clube que estava a pensar “numa solução a médio prazo”.
“Já se sabe que fazer um campo, se for equacionada essa possibilidade, demora o seu tempo. Estas questões carecem de ponderação, de estudo e não pode ser em cima do joelho”, reiterou.
Contactado pela agência Lusa, o município de Boticas explicou que não foi possível atender ao pedido do Vilar de Perdizes pelo facto de o Estádio Municipal estar ocupado por equipas locais.
Para esta sexta-feira está agendada uma assembleia geral de sócios para apresentar “a situação” atual do clube, renovando “a esperança de poder competir em algum lado”, avançou Márcio Rodrigues.
“Ou arranjamos solução e continuamos a competir com a equipa sénior, ou não competimos com a equipa sénior por não arranjarmos uma solução e será extinta”, concluiu.