O guarda-redes do Gil Vicente, Andrew Silva, concedeu esta terça feira uma entrevista reveladora no podcast "Resenha com TF", onde partilhou a sua experiência nas últimas duas temporadas em Portugal.
O jogador brasileiro recordou a sua estreia na Primeira Liga, que ocorreu no Estádio da Luz contra o Benfica, e revelou o impacto emocional que teve no momento em que fez um carrinho a Gonçalo Ramos, avançado do Benfica, resultando numa grande penalidade a favor da equipa encarnada.
Ao relembrar o seu primeiro jogo como profissional na I Liga, Andrew descreveu os primeiros 15 minutos como um desafio intenso. A velocidade e intensidade do futebol português eram superiores ao que estava habituado no futebol brasileiro.
"O meu primeiro jogo como profissional [na I Liga] foi na Luz. Se fosse avaliar só pelos primeiros 15 minutos, era um fiasco. Eu estava a tentar entender tudo o que estava a acontecer, era tudo muito rápido e mais intenso do que o futebol brasileiro", começou por dizer.
O guarda-redes recordou um momento de aflição em que fez uma falta que resultou num penálti, temendo que aquilo significasse o fim da sua carreira.
"Lembro-me que o Benfica marcou, mas foi anulado por falta. Depois, logo a seguir, fiz um carrinho ao Gonçalo Ramos que deu penálti. Meti a mão na cara e pensei logo que a minha carreira tinha acabado. Eu nem me lembrei que existia o árbitro assistente e o VAR. Apenas pensei que a minha vida aqui tinha acabado. Nunca mais ia jogar na minha vida. Nisto, olhei para o lado e vi o bandeirinha, pelo que aí, só agradeci a Deus pela oportunidade de continuar a ser jogador profissional (risos)", contou Andrew.
O momento chave para Andrew foi quando o avançado Gonçalo Ramos desperdiçou uma oportunidade, e o capitão do Gil Vicente, Rúben Fernandes, tranquilizou-o, lembrando-o que era apenas futebol e que todos confiavam nele.
"Houve ainda mais um lance em que o Gonçalo remata para fora e o capitão Rúben Fernandes disse-me para estar tranquilo. Disse-me que isto não era um bicho de sete cabeças, que era só jogar futebol e que todos confiavam em mim. Foi um momento chave", finalizou o guardião.
Essa palavra de encorajamento foi fundamental para o guarda-redes, que recorda o surpreendente triunfo da sua equipa por 1-2 no Estádio da Luz como um momento especial.