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Árbitros com declarações limitadas na gala que premiou arbitragem portuguesa

Os árbitros portugueses que participaram na 1ª Gala da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) não estavam autorizados a falar aos jornalistas à entrada, à exceção de dois, previamente indicados pela organização do evento.

Árbitros com declarações limitadas na gala que premiou arbitragem portuguesa
Futebol 365

Em declarações aos jornalistas, José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, assumiu que os árbitros falam quando aquela entidade entende que devem falar e que essa determinação inclui a festa que premiou a arbitragem nacional, realizada no Casino da Figueira da Foz.

“Os árbitros falam quando nós entendemos que devem falar. E quando há uma gestão e uma liderança deste género, somos nós que decidimos os ‘timings’ de cada um deles falar e é apenas por isso”, afirmou o dirigente do Conselho de Arbitragem.

Questionado pela agência Lusa se essa decisão faz sentido num evento como uma gala que premeia a arbitragem e onde estiveram presentes várias dezenas de árbitros, masculinos e femininos, de todas as categorias do futebol nacional, Fontela Gomes respondeu: “Também faz sentido em tudo aquilo que são momentos em que os árbitros aparecem publicamente, somos nós que decidimos”.

À entrada da sala do Casino Figueira, Artur Soares Dias, o árbitro mais bem classificado da temporada 2022/23, logo indicou não poder falar.

Já Manuel Oliveira, um dos dois árbitros indicados pela organização da gala da APAF para prestar declarações aos jornalistas, recusou, no entanto, falar sobre outros temas que não os relacionados com o evento, como a eventual divulgação pública das comunicações entre o árbitro e os seus assistentes, durante um jogo de futebol.

“Tinha todo o gosto em responder, mas só estou autorizado em falar da gala”, revelou Manuel Oliveira.

Este ‘guião’, aparentemente, não se aplicou a Nuno Almeida, o outro árbitro da primeira categoria escolhido para falar aos jornalistas, que aceitou responder a questões precisamente relacionadas com declarações no final dos jogos ou a divulgação das comunicações entre os elementos equipa de arbitragem.

Questionado sobre se os árbitros deveriam poder mostrar o seu “ponto de vista” em determinadas alturas, Nuno Almeida considerou o assunto “pertinente” e uma pergunta “que não tem uma resposta de ‘sim’ e ‘não’”.

“Penso que o ‘frisson’ que referiu não iria, de todo, acalmar. E, como costumo dizer, não é o facto de falarmos ou justificarmos, que vai fazer com que o penálti seja mais vezes acertado ou menos vezes acertado. Por isso, tenho algumas dúvidas de que seja um fator positivo, de qualquer das maneiras, penso que o Conselho de Arbitragem estará aberto a tudo o que seja para bem da arbitragem”, argumentou Nuno Almeida.

Sobre a divulgação pública da comunicação entre árbitros, o árbitro da Associação do Algarve considerou que “se essa comunicação pública for para bem do futebol, para a verdade ser, para o público, mais transparente, é muito bem-vinda”.

Sobre os mesmos temas, o presidente da APAF, Luciano Gonçalves, defendeu que a arbitragem pense numa “comunicação assertiva”, com “cabeça, tronco e membros” e não só para justificar o que sucedeu em determinado jogo de futebol.

“Temos de melhorar a nossa comunicação, mas não pode ser só porque sim. Não podemos comunicar só para justificarmos o que quer que seja. […] Virmos falar após um jogo, só porque supostamente houve um erro num jogo que envolva os três ‘grandes’, isso não faz sentido. Isso não estamos a contribuir em nada para aquilo que é a positividade que queremos no futebol, só estamos a criar mais alarido ainda”, justificou Luciano Gonçalves.

Sobre a 1ª gala da associação a que preside e que premiou mais de uma centena de árbitros e árbitros assistentes de futebol, futsal e futebol de praia e ainda observadores de arbitragem, Luciano Gonçalves disse que momentos como estes “são precisos para valorizar aquilo que é feito na arbitragem”.

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