A belga Lotte Kopecky sagrou-se este domingo campeã do mundo de fundo nos Mundiais de ciclismo de estrada, em Glasgow, Escócia, com a neerlandesa Annemiek van Vleuten a despedir-se dos grandes palcos com um oitavo lugar.
Kopecky, de 27 anos, cumpriu os 154,1 quilómetros entre Loch Lomond e Glasgow, onde estava montado um circuito urbano, em 4:02.12 horas, cortando a meta a solo, com sete segundos de vantagem sobre o resto do pódio, com a neerlandesa Demi Vollering em segundo e a dinamarquesa Cecilie Uttrup Ludwig em terceiro.
Seis vezes campeã do mundo na pista, duas em Glasgow, Kopecky somou finalmente um título mundial na estrada ao isolar-se já dentro dos últimos quilómetros, aproveitando o circuito urbano da cidade escocesa para se destacar das rivais.
Depois de uma grande Volta a França, que acabou em segundo lugar atrás de Vollering, e de vitórias na Volta a Flandres e na Omloop Het Nieuwsblad, entre outras, a belga confirmou os prognósticos e afastou-se das rivais nos últimos quilómetros.
Ludwig parecia a mais forte candidata no dia, mas foi a belga que sucedeu a Annemiek van Vleuten, que se vai despedir este ano da estrada, aos 40 anos, e viveu hoje a última grande corrida do seu programa, acabando no oitavo lugar após ser afetada por uma avaria.
Foi uma despedida ‘ingrata’ para a campeã do mundo em exercício, com 103 vitórias profissionais: quatro Voltas a Itália conquistadas, em 2018, 2019, 2022 e 2023, e duas provas de fundo em Mundiais, em 2019 e 2022, além do título olímpico do contrarrelógio em Tóquio2020 e a prata na corrida de fundo.
A Volta a Espanha, essa, venceu-a três vezes seguidas, de 2021 até este ano, e ‘Monumentos’ como a Volta à Flandres (duas vezes) e a Liège-Bastogne-Liège (duas) também constam do seu palmarés.
A suíça Elisa Chabbey foi outra das protagonistas do dia, ao estar na fuga do dia, a mais de 130 quilómetros da meta, e depois com um ataque a 75 quilómetros do fim, que permitiu a Kopecky posicionar-se, acabando ainda no sétimo lugar final.
A chuva voltou hoje a afetar a corrida nos Mundiais de estrada, e a prova que agregava a atribuição dos títulos femininos de elite e de sub-23 não teve portuguesas a concluir, com uma pancada no desviador traseiro, durante uma queda no pelotão, a atrasar a jovem Daniela Campos, que teve de abandonar.
Sem direito a carro de apoio na corrida, Portugal não pôde assistir Daniela Campos, mandada parar quando estava a mais de 10 minutos da frente da corrida, enquanto Vera Vilaça, a correr em elite, não terminou.
“Fiquei presa numa queda, atrasei-me e não consegui recolar. Não me senti bem desde o início”, contou Vilaça, citada pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).
Os Mundiais terminaram hoje com esta corrida, mas, antes, o português Renato da Silva foi afastado nos quartos de final da competição de BMX Race.
No cômputo geral, Portugal somou um ouro, por Iúri Leitão no omnium, no ciclismo de pista, e uma prata, por António Morgado, na prova de fundo de estrada de sub-23, além de um sexto lugar de Nelson Oliveira no contrarrelógio de elite masculina, que vale uma vaga extra no exercício nos Jogos Olímpicos Paris2024.