As saídas dos futebolistas portugueses Gonçalo Ramos e Otávio e do uruguaio Manuel Ugarte permitiram a Benfica, FC Porto e Sporting ‘encaixes’ financeiros relevantes na janela de transferências de verão, que encerrou na sexta-feira.
O ex-avançado ‘encarnado’ chegou ao Paris Saint-Germain a título de empréstimo, com uma opção de compra de 65 milhões de euros (ME), mais 15 ME em objetivos, números que irão converter essa venda numa das mais altas da história dos campeões nacionais.
Ao contrário dos contornos da transferência de Gonçalo Ramos, os ‘dragões’ e os ‘leões’ embolsaram no imediato 60 ME pelas saídas de Otávio, através da cláusula de rescisão, para os sauditas do Al Nassr, de Luís Castro e de Cristiano Ronaldo, e de Manuel Ugarte rumo aos bicampeões franceses, tendo elevado os seus recordes individuais de vendas.
Ausente da Liga dos Campeões em 2023/24, o Sporting destacou-se dos rivais no plano das receitas de mercado, ao acumular 128 ME entre Ugarte, Pedro Porro, cuja opção de compra de 40 ME foi exercida pelo Tottenham, Youssef Chermiti (Everton, 12,5), Tiago Tomás (Wolfsburgo, oito), Renato Veiga (Basileia, 4,5) ou Arthur Gomes (Cruzeiro, três).
André Paulo (Mafra), Héctor Bellerín (Betis), José Marsà (FC Andorra), Idrissa Doumbia (Al-Ahli) e Tiago Ilori e cessaram os seus vínculos aos ‘leões’, enquanto Rúben Vinagre (Hull), Sotiris (Olympiacos), Mateo Tanlongo (Copenhaga), Mateus Fernandes (Estoril), Jovane (Salernitana), Rochinha (Al-Markhiya) e Abdul Fatawu (Leicester) foram cedidos.
Além de Otávio, os 67,5 ME obtidos pelo FC Porto incidiram em Diogo Leite, que assinou em definitivo pelo Union Berlim, por 7,5 ME, num defeso em que Mehdi Taremi, melhor marcador da edição 2022/23 da I Liga, viu as negociações com o AC Milan fracassarem.
Sem compensação financeira saíram Manafá (Granada), Tomás Esteves (Pisa), Rodrigo Conceição (Zurique), Nanu (Samsunspor), Matheus Uribe (Al-Sadd), unidade influente no setor intermediário ao longo das últimas quatro épocas, e Fernando Andrade (Casa Pia), com Mamadou Loum (Al-Raed) e João Marcelo (Cruzeiro) a serem alvos de empréstimo.
O Benfica juntou 19,7 ME por Vlachodimos (Nottingham Forest, nove ME), titular na baliza ‘encarnada’ desde 2018/19, Julian Weigl (Borussia Mönchengladbach, 7,2), Gilberto (Bahia, 2,5) ou Lucas Veríssimo, cuja cedência ao Corinthians rendeu um ME.
Álex Grimaldo (Bayer Leverkusen), lateral esquerdo crucial desde 2015/16, Mihailo Ristić (Celta de Vigo), Diego Moreira (Chelsea), Haris Seferović (Al-Wasl) e Cher Ndour (Paris Saint-Germain) saíram a custo zero, Julian Draxler regressou ao PSG e Martim Neto (Gil Vicente), Tiago Dantas (AZ Alkmaar), Soualiho Meité (PAOK), Paulo Bernardo (Celtic), Henrique Araújo (Famalicão) e Andreas Schjelderup (Nordsjaelland) foram emprestados.
O Sporting de Braga, que acompanhará Benfica e FC Porto na ‘Champions’, atingiu 12,1 ME por Tormena (Krasnodar, três ME), Iuri Medeiros (Al-Nasr, três), Mario González (Los Angeles, três), Francisco Moura (Famalicão, um ME), Kobamelo Kodisang (Moreirense, um), Fabiano (Moreirense, 700 mil euros) ou Guilherme Schettine (Ural, 400 mil euros).
Se Uros Racić voltou ao Valência e Tiago Esgaio foi emprestado de novo ao Arouca, Zé Carlos (Gil Vicente), Dinis Pinto (Moreirense), Bruno Rodrigues (Desportivo de Chaves), Sequeira (Pendikspor) e Pedro Santos (Arouca) despediram-se em definitivo, enquanto Rodrigo Gomes (Estoril Praia) e Jean-Baptiste Gorby (Paços de Ferreira) foram cedidos.
Os outros clubes da I Liga também selaram ‘encaixes’ avultados para as suas realidades no defeso, casos do Vitória de Guimarães, com Ibrahima Bamba (Al-Duhail, nove ME) e André Amaro (Al-Rayyan, 8,5), do Famalicão, por Iván Jaime (FC Porto, 10) e Alexandre Penetra (AZ Alkmaar, 4,2), do Gil Vicente, que rentabilizou Fran Navarro (FC Porto, sete) e Vítor Carvalho (Sporting de Braga, dois), do Estoril Praia, mediante Tiago Santos (Lille, 6,5), e do Arouca, através de Antony (Portland Timbers, 3,2) e João Basso (Santos, 2,5).
Em comparação com outros países, Portugal cotou-se como nono em despesas (189,99 ME) e oitavo nas receitas (287,58 ME), tendo fixado o sétimo melhor saldo (97,59 ME).