José Mota, treinador do Farense, lamentou a derrota frente ao Sporting por 2-3 e diz que existem "muitos porquês" por responder.
“Os resultados são sempre justos. Quando neste caso, o adversário fez três golos e nós só fazemos dois. Portanto, ganha justiça exatamente o resultado.
Agora temos de ter uma avaliação muito forte o sobre estes 98 minutos e perceber o porquê de termos sofridos três golos, o porquê de só termos marcado dois golos, o porquê de termos terminado o jogo com 10. E há muitos porquês neste jogo. Nós defrontámos uma grande equipa, que ainda não perdeu esta época, muito bem orientada, com excelentes executantes. Sporting Clube de Portugal, ponto final.
Nos primeiros 15/20 minutos, o Sporting não criou situações de perigo, mas teve muita bola. Dominou o jogo, tentou jogar muito pelo meio, onde estávamos precavidos para esses momentos, onde é forte e tem jogo interior forte.
Conseguimos a partir desse momento ser uma equipa mais equilibrada e organizada. Numa transição, em que poderá existir falta sobre o Fabrício, origina o penálti. Jogar com 11 é difícil, com 10 é quase impossível com o Sporting. Mas calma, que não há impossíveis. E por que não há impossíveis? Porque veio aí a coragem de uma equipa e de jogadores que se sentiram algo injustiçados. Quando o povo se sente injustiçado, quando dói na alma, muitas vezes conseguem superar-se.
A partir daí, há um momento crucial, o golo do Sporting e, posteriormente, uma falta que existe para segundo amarelo para um jogador do Sporting [Hjulmand]. E não sei porquê, ninguém sabe porquê, não é assinalada falta nem é mostrado segundo amarelo. Nós todos percebemos que isto é o nosso futebol. Lamentamos todos os dias que há três ou quatro equipas no nosso campeonato, que no final ficam a 30 pontos do quinto… O nosso campeonato não é fraco. Este jogo não foi um jogo fraco. Eu sei que já esta época tive exatamente este tipo de dualidade de critérios.
Para perceberem [que o segundo amarelo] era merecido, que o Rúben Amorim ia fazer logo uma alteração para tirar o jogador. Gostava que o jogo tivesse 10 para 10, aí era uma questão de justiça. Nem falo das grandes penalidades, aí já se sabe como é. Quanto mais VAR, menos acertamos.
Fizemos o 2-1, sentimos a dor, a dor que o povo sente quando está a ser sacrificado, fomos à procura e conseguimos o 2-2. Não me recordo do Sporting, a vencer por 2-0, a jogar contra 10, e permitir o empate do adversário. Não me recordo. Isto é de realçar o que o Farense fez. Ainda tivemos uma bola de golo do Zé Luís, que podia e merecia ter feito melhor.
Quero dar os parabéns à minha equipa, pela coragem que teve. Os que os meus jogadores fizeram foi mostrar a mística, a alma do que é sentir ser Farense.”