No universo do FC Porto, as eleições, agendadas para o próximo ano, têm sido o tema de inúmeras discussões, alimentando paixões e opiniões fervorosas entre os adeptos azuis e brancos.
Num debate que tem centrado as atenções, Miguel Sousa Tavares, renomado escritor e sócio do FC Porto, trouxe para o palco público algumas considerações perspicazes.
No centro das críticas de Sousa Tavares está a saúde financeira do FC Porto e a gestão que tem sido implementada nos últimos anos. Em paralelo, o autor fez questão de prestar homenagem à notável presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, que lidera o clube desde 1982 e o transformou de um modesto clube provincial num ícone global do futebol.
"Não esqueço a gratidão que qualquer portista deve a Pinto da Costa, que transformou um clube de província, submisso e com o culto da derrota, num clube do mundo, orgulho de Portugal e terror dos invejosos", começou por dizer Sousa Tavares, na sua coluna de opinião no jornal 'Record', citado pelo site 'Bancada.pt'.
Contudo, o escritor não poupou críticas à atual administração da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do FC Porto. De acordo com ele, existem razões legítimas para preocupação, sobretudo em relação ao lado financeiro.
"Somos um grande clube, e um grande clube não é feito de idiotas".
A sua principal crítica refere-se à disparidade entre o enriquecimento de alguns administradores do clube e a atual situação financeira da agremiação.
"E eu não aceito que, obviamente, a justificação de que, ao fim de mais de 40 anos, estão ali, não agarrados ao poder, mas porque os sócios o querem e o reafirmam repetidamente em 'eleições livres'", observou o escritor e fervoroso adepto portista.
Reforçando a sua posição, Sousa Tavares questionou os prémios atribuídos aos administradores da SAD com base no desempenho dos jogadores e a diferença salarial entre eles e os administradores de Benfica e Sporting.
"Não aceito que gente que entrou para com uma mão à frente e outra atrás hoje esteja milionária e o FC Porto falido", disse Sousa Tavares, antes de reforçar a ideia.
"Eu não aceito que administradores de uma SAD recebam prémios porque o Taremi marcou um golo ou o Diogo Costa evitou outro. E também não posso aceitar que, entre prémios e salários, os administradores da SAD do FC Porto recebam três ou cinco vezes mais do que os seus homólogos do Sporting ou do Benfica", rematou o conceituado escritor português.