No calor escaldante do Rio de Janeiro, o Flamengo, um dos principais clubes brasileiros, está a travar uma batalha intensa contra os relvados sintéticos, declarando que este tipo de piso representa uma ameaça para os jogadores.
Com medições impressionantes que revelam temperaturas extremas, o clube carioca levanta preocupações não apenas sobre a durabilidade das chuteiras, mas também sobre o risco de queimaduras nos pés dos atletas.
No seu centro de treinos, o Flamengo realizou medições reveladoras no calor de um dos dias mais quentes do ano no Rio de Janeiro, a última quinta feira.
Enquanto os campos de relva natural mantiveram temperaturas dentro dos limites razoáveis, um dos três campos sintéticos registou impressionantes 70 graus Celsius, num ambiente onde os termómetros marcavam já 40,6ºC. Esta disparidade gritante impulsionou o clube brasileiro a intensificar a sua campanha contra os sintéticos.
O CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, em declarações à 'Globo Esporte', citado pelo jornal 'Record', não hesitou em apontar os perigos associados a este tipo de superfície.
Belotti destaca a contradição entre o clima tropical brasileiro e a utilização de relvados sintéticos, sublinhando que as principais ligas do mundo evitam este tipo de piso por razões semelhantes.
"Este é só mais um dos problemas dos relvados sintéticos. Não à toa que as cinco principais ligas do mundo não utilizam esse tipo de piso. A liga holandesa, por exemplo, está a reverter aqueles que têm. E o Brasil, como país tropical que é, sofre ainda mais do que os outros", começou por observar.
A posição do Flamengo encontra eco na recente proibição da utilização de relvados 100% artificiais pela liga holandesa. Esta decisão reflete não apenas as preocupações com a temperatura, mas também os riscos elevados de lesões e até mesmo de cancro de pele associados a este tipo de superfície.
"Imagine jogar uma partida de futebol num relvado com esta temperatura, às quatro da tarde, num verão intenso como o nosso. Isto destrói chuteiras. Não é no sentido figurado, destrói mesmo, desmonta as chuteiras. E os pés dos atletas ficam expostos a queimaduras", rematou Belotti.