Um estudo da consultora AT Kearney indica que as ligas de Itália, Espanha e Inglaterra estão à beira da bancarrota e são insustentáveis, especialmente devido aos elevados investimentos realizados pelas equipas na compra de jogadores.
De acordo com o documento, publicado pelo jornal El Pais, apenas duas das cinco maiores ligas avaliadas, a alemã e a francesa, apresentam uma rentabilidade sobre ativos positiva (mais 2% e 1%, respetivamente), enquanto as restantes três são negativas: Em Itália -12%, em Espanha -7 e em Inglaterra -5.
A rentabilidade media de empresas de outros setores ronda os quatro por cento, avança a AT Kearney.
De acordo com a empresa, se as ligas italiana, espanhola e inglesa fossem empresas, “em menos de dois anos estariam falidas”, admitindo mesmo que “não é disparatado” pensar que alguns clubes podem vir a desaparecer a médio prazo.
Para a consultora, estes resultados devem-se principalmente ao balanço negativo que resulta da transferência de jogadores (diferença entre receitas e gastos com as contratações), o qual ascendeu a 566 milhões de euros na época 2009/2010.
Neste capítulo a liga espanhola é a que apresenta o pior balanço (257 milhões de euros negativos), seguida da alemã (118 milhões) e da inglesa (91 milhões).
Nos últimos três anos, o investimento bruto em jogadores na principal liga inglesa atingiu os mil milhões de euros, imediatamente seguida pela liga espanhola que se aproximou dos 600 milhões.
O estudo aponta ainda o Real Madrid e o FC Barcelona como os clubes que mais gastam em “estrelas internacionais”.
Para a AT Kearney, como a eleição dos presidentes é uma responsabilidade que recai sobre os sócios dos clubes, a contratação de grandes jogadores é muito mais popular do que aumentar o preço dos bilhetes ou conseguir mais e melhores patrocinadores.
Com esta situação económica – prossegue o documento – nenhum investidor “economicamente racional” se interessará pelo negócio do futebol.
Na opinião da consultora, o futebol alemão é o mais rentável estruturalmente porque os seus emblemas souberam aproveitar os investimentos realizados nos estádios para o Mundial2006, esclarecendo ainda que os clubes alemães investem 100 milhões de euros na formação de novos talentos, reduzindo assim a despesa em contratações e os custos salariais.