Vertonghen: "Se tivesse ficado no Benfica teria parado de jogar futebol no verão"

A decisão, segundo o experiente defesa, está intrinsecamente ligada aos problemas físicos que têm assombrado os seus tornozelos, uma batalha que o fez cogitar o término prematuro do seu percurso nos grandes palcos.

Jan Vertonghen, que representou o Benfica entre 2020 e 2022, discutiu abertamente as agruras que o levaram a ponderar o final da sua carreira, especialmente após enfrentar dores insuportáveis no verão passado.

A mudança para o Anderlecht trouxe novas perspetivas, mas as incertezas persistem, condicionando a decisão do experiente jogador.

"Pensei em terminar a carreira no verão, não aguentava de dores. Mesmo depois de descansar durante quatro semanas não conseguia caminhar durante meia hora sem dores. Falei com os responsáveis do Anderlecht, consultei especialistas, começaram logo a falar em operações… Pensei para mim mesmo ‘mais um ano e acabo’", começou por dizer o central.

"Quero poder jogar com o meu filho depois de acabar a carreira. Tenho adiado a decisão mas entendo que, a certo momento, o Anderlecht vai querer uma resposta. Neste momento não consigo decidir. Se me sentir bem, como agora, gostava de fazer mais um ano, mas isto muda de semana para semana", acrescentou Vertonghen.

A entrevista revelou um episódio intrigante: se Vertonghen tivesse permanecido no Benfica na temporada passada, teria encerrado a sua carreira alguns meses atrás.

A falta de oportunidades sob a gestão de Roger Schmidt teria sido o fator decisivo. No entanto, o belga não queria que sua carreira terminasse dessa forma e procura agora prolongá-la, desde que as condições físicas o permitam.

"Se tivesse ficado no Benfica teria parado de jogar futebol no verão"

"Não iria sair do Benfica para um outro clube por apenas um ano. Mas não queria acabar assim", explicou o belga.

A ambição do defesa não se esgota nos clubes. Ao discutir a sua carreira na seleção belga, Vertonghen expressou o desejo de marcar presença no Euro-2024, acreditando que ainda possui todas as capacidades necessárias para representar o seu país na competição na Alemanha.

A conversa com o selecionador Domenico Tedesco reforçou a determinação de Vertonghen, desafiando a ideia de que a idade deveria ser um fator limitante na seleção nacional.

"Depois do Mundial tive uma conversa com o selecionador e o diretor técnico e pensei que seria informado de que já não seria mais convocado. Mas, pelo contrário, a conversa com o Domenico Tedesco deu-me ainda mais força para prosseguir", observou.

"Ainda me sinto muito bem, tenho muito orgulho em jogar na seleção. E a seleção não é um centro de emprego, não tenho de me reformar para dar uma oportunidade aos mais novos. Essa desculpa é patética. Os melhores jogam, ponto final", rematou Vertonghen.