Marcos Leonardo assinou pelo Benfica e foi o nome mais sonante, até ao momento, no mercado de transferências de inverno. E tudo parecia correr de feição ao novo avançado do Benfica, jovem de 20 anos e internacional brasileiro pela seleção sub-20.
Contratado ao Santos por 18 milhões de euros, Marcos Leonardo parecia destinado à titularidade, por diversos fatores. Desde logo pelo elevado preço da transferência. Mas sobretudo porque corria a tese de que o Benfica não tinha no plantel um avançado que gerasse unanimidade nos adeptos.
Ao ponto de Petar Musa, o suplente goleador, parecer o jogador melhor posicionado para a titularidade. Ou, de outra perspetiva, ser visto como o avançado ‘a mais’ no plantel benfiquista.
Pois bem, num momento em que se pensava que Marcos Leonardo iria retirar ainda mais espaço a Musa, surge um novo protagonista.
Ou seja, Arthur Cabral, que renasceu das cinzas para se tornar figura maior no onze.
Para se perceber a dificuldade da missão de Marcos Leonardo, basta lembrar o momento em que a Luz venerou o seu novo ídolo.
Ontem, no jogo da Taça frente ao SC Braga, com Marcos Leonardo no banco, os adeptos mostraram-se rendidos a Arthur Cabral.
Substituído aos 88 minutos, o homem do jogo ouviu a maior ovação da noite. Ovação essa que contrasta com os assobios que ecoaram por diversas vezes no mesmo palco.
Musa entrou, Marcos Leonardo permaneceu sentado no banco e foi o Rei Arthur a reinar. Aquele momento foi apenas a expressão de um sentimento. Mas deixa perceber que a hierarquia dos avançados do Benfica está em permanente evolução.
Musa já foi titular e nunca convenceu. Aliás, com Marcos Leonardo no plantel, pensou-se que o ex-Boavista saísse já em janeiro.
Ainda que Musa tivesse deixado marcas e golos, sobretudo, quando saltou do banco, quase sempre para marcar.
E é neste cenário que Roger Schmidt inverte a ordem e colocou Tengstedt no primeiro posto dessa hierarquia.
Contra todas as probabilidades, o avançado que se notabilizou no Midtjylland parecia destinado a ser suplente de Arthur Cabral. Mas chegou à primeira linha das opções. Poucos adeptos do Benfica apostariam neste cenário, contrariado pela lesão do dinarmarquês.
E Arthur Cabral, já em boa forma, contrariando teorias precipitadas, tal como sucedeu com Trubin, mereceu a titularidade, confirmando a metamorfose da hierarquia.
Pensou-se que Arthur Cabral iria ser presa fácil para Marcos Leonardo. Ainda que aquele golo na Liga dos Campeões, diante do RB Salzburgo, tivesse colocado o Benfica na Liga Europa. Mas…
Marcos Leonardo assistiu, no banco de suplentes, à melhor exibição da temporada por parte de Arthur Cabral.
E há um facto a destacar. A hierarquia de Schmidt parece agora avessa a metaformoses. Cabral conquistou a Luz e deixou marcas.
Nesta quarta-feira, diante do SC Braga, Marcos Leonardo ficou no banco, aquele que é a grande figura, até agora, do mercado de transferências do Benfica. São 18 milhões que não renderam no banco.
E adivinha-se tarefa difícil para o jogador que os adeptos pensavam estar destinado a resolver o problema do ataque do Benfica.