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O mundo do futebol português foi abalado por revelações chocantes no Tribunal de Matosinhos, onde Lionn, antigo jogador do Rio Ave, confirmou ter sido aliciado por César Boaventura para perder um jogo frente ao Benfica
O ex-defesa detalhou o alegado esquema de suborno durante o seu depoimento, afirmando que Boaventura propôs-lhe 80 mil euros em notas de 500 para cometer uma falta e ser expulso durante o jogo diante dos encarnados, em 2016.
"Ele pediu para eu deixar o telemóvel no banco de passageiro do carro dele. Disse que a proposta era de 80 mil euros em notas de 500 para fazer um penálti e ser expulso durante o jogo", revelou Lionn.
As alegações feitas pelo ex-jogador lançam uma sombra sobre a integridade do desporto nacional e colocam em xeque a lisura das competições.
De acordo com o relato do 'Correio da Manhã', Lionn também mencionou ter falado com Cassio e Marcelo, colegas de equipa no Rio Ave, que teriam confirmado terem estado também em contacto com Boaventura.
A resposta do alegado instigador dos subornos, César Boaventura, foi pedir ao coletivo de juízes para voltar a falar: "Eu não tenho nada para esconder. Quero que se faça justiça, estou metido no meio de uma mentira", disse o empresário em Tribunal.
As críticas ao silêncio em torno deste caso de corrupção não tardaram a surgir. Francisco J. Marques, diretor de Conteúdos e Informação do FC Porto, expressou o descontentamento com a aparente falta de ação por parte da justiça contra o Benfica.
"É ensurdecedor o silêncio em torno deste caso de corrupção, de adulteração da verdade desportiva. Não há autoridades disciplinares no futebol português que atuem perante isto?", começou por dizer o conhecido dirigente e sócio do FC Porto.
"Quantos jogadores têm de confirmar sob juramento que os tentaram corromper para perderem com o Benfica para haver consequências desportivas?", acrescentou Francisco J. Marques.
