O futebol português volta a ser sacudido por um escândalo de corrupção, desta vez com o empresário César Boaventura no centro das atenções durante um julgamento, que também envolve o Benfica e ainda alguns jogadores do Rio Ave.
As revelações surgem a partir de um episódio ocorrido em 2016, quando Boaventura é acusado de tentar influenciar jogadores para comprometerem o desempenho em jogos contra o Benfica.
No Tribunal de Matosinhos, o antigo jogador do Rio Ave, Lionn, faz uma declaração chocante ao confirmar ter sido aliciado por César Boaventura para perder um jogo contra o Benfica.
Detalhes perturbadores do suposto esquema de suborno emergem durante o depoimento de Lionn, incluindo uma proposta de 80 mil euros para cometer uma falta e ser expulso durante o jogo frente às águias.
"Ele pediu para eu deixar o telemóvel no banco de passageiro do carro dele. Disse que a proposta era de 80 mil euros em notas de 500 para fazer um penálti e ser expulso durante o jogo", revelou o ex-defesa em Tribunal.
Rui Pinto, conhecido pelo seu papel no Football Leaks, comenta o caso através das redes sociais, destacando as semelhanças com o envolvimento anterior de Paulo Gonçalves no caso E-Toupeira.
Pinto sugere que Boaventura pode estar a assumir a culpa por um esquema de corrupção mais vasto, numa tentativa de proteger outros intervenientes.
"César Boaventura terá hoje afirmado em tribunal que está 'metido no meio de uma mentira', e nesse aspeto tem toda a razão", começou por escrever o conhecido pirata informático.
"É uma mentira que seja ele o mentor de todo este esquema de corrupção, mas tal como fez Paulo Gonçalves, escolheu sacrificar-se e arcar com as consequências", pode ler ainda na publicação de Rui Pinto.
A referência a Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica, traz à memória o caso E-Toupeira, onde Gonçalves foi condenado por corrupção em 2023.