O FC Porto, já a braços com uma temporada tumultuada, viu a situação agravar-se esta quarta-feira com a detenção de Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, numa operação denominada de 'Operação Pretoriano'.
"Isto só acontece se houver um intuito político e não meramente uma pretensão de fazer justiça"
A ação policial, que não se limitou a Madureira, estendeu-se à sua esposa, Vítor Catão, e a Fernando Saúl, funcionário do FC Porto e conhecido speaker do Estádio do Dragão.
A 'Operação Pretoriano', desencadeada no Grande Porto, resultou na detenção de pelo menos 12 pessoas, incluindo figuras proeminentes associadas aos "Super Dragões".
Além das detenções, a PSP apreendeu droga, uma arma de fogo, milhares de euros, três automóveis e mais de 100 bilhetes durante a operação. Esta operação ocorre num momento delicado para o FC Porto, que se encontra a poucos meses de eleições presidenciais.
A reação imediata do clube azul e branco não se fez esperar, com o FC Porto a emitir um comunicado oficial através do seu site, manifestando conhecimento das diligências em curso.
Os dragões asseguraram a colaboração total com as autoridades, sublinhando a sua disposição para agir em conformidade caso novos factos venham a ser revelados.
Depois do comunicado do FC Porto, Gonçalo Cerejeira Namora, advogado do líder dos "Super Dragões", não hesitou em expressar também a sua indignação perante os acontecimentos.
Em declarações à Rádio Observador, Cerejeira Namora afirmou que o timing da operação sugere motivações políticas, acusando a PSP de competir com outra operação em curso na Madeira.
"É inaceitável o que se passou hoje, por vários motivos. Assistimos, uma vez mais, a fugas de informação para a Comunicação Social, ainda antes de as diligências ocorrerem", começou por dizer o advogado.
"Isto só acontece se houver um intuito político e não meramente uma pretensão de fazer justiça, aliás temos a PSP a parecer querer competir com a operação que decorre na Madeira. Só faltaram os aviões da Força Aérea", lamentou Cerejeira Namora.
O advogado classificou a situação como uma "cabala sustentada numa fábula cinematográfica" e denunciou o que considera ser um circo com objetivos específicos.
"Não podemos ignorar várias coisas, deixe-me dizer que o timing desta operação é calculada e calculista, faz parte de uma agenda para prejudicar uma instituição e uma pessoa", observou.
"É apenas um circo com um objetivo"
"Estamos perante uma autêntica cabala sustentada numa fabula cinematográfica, ou melhor, uma novela rasca. É inaceitável e incompreensível a todos os níveis, não há quaisquer fatos que justifiquem estas detenções", rematou o representante legal de Fernando Madureira.
Com os detidos a serem presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto na quinta-feira, espera-se que mais detalhes sobre as acusações e medidas de coação sejam revelados.
O desenrolar destes acontecimentos determinará o impacto a longo prazo no FC Porto, na sua imagem e nas eleições que se avizinham.