Na última quarta-feira, a cidade do Porto foi palco de uma operação policial que agitou o ambiente desportivo e mais propriamente o universo do FC Porto, com a realização de buscas no âmbito da denominada 'Operação Pretoriano'.
A PSP conduziu uma série de ações, destacando-se a apreensão de três carros de luxo na residência de Fernando Madureira, líder da claque "Super Dragões".
Além dos veículos, um cofre com 50 mil euros em notas e bilhetes para jogos de futebol foi recolhido pelas autoridades. Nas demais residências envolvidas, foram encontradas substâncias ilícitas, incluindo cocaína e haxixe, uma arma de fogo, entre outros itens.
Entre os detidos na operação, destacam-se Sandra Madureira, vice-presidente do organismo de apoio ao FC Porto, e Fernando Saúl, speaker do FC Porto e oficial de ligação com os adeptos.
O episódio ocorre num momento crítico para o FC Porto, que se aproxima das eleições presidenciais, adicionando uma camada de instabilidade ao já conturbado cenário do clube liderado por Jorge Nuno Pinto da Costa.
Os detidos, incluindo Fernando Madureira, passaram a noite na prisão e enfrentam hoje o primeiro interrogatório judicial.
As acusações incluem crimes como ofensa à integridade física em espetáculo desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e atentado à liberdade de informação, segundo comunicado do Ministério Público.
A claque "Super Dragões" manifestou-se na manhã desta quinta feira nas redes sociais, através de uma storie publicada no Instagram, com uma mensagem de apoio inabalável ao seu líder, Fernando Madureira.
"Só os mais fortes sobrevivem, nós seremos eternos. Somos os teus soldados, que nunca te deixarão", pode ler-se na publicação da principal claque aliada aos dragões.
Recorde-se que, na sequência das detenções, o FC Porto emitiu um comunicado oficial, afirmando que, embora não seja visado diretamente, o clube compromete-se a colaborar integralmente com as autoridades.
Momentos mais tarde, também o advogado de Fernando Madureira, Gonçalo Cerejeira Namora, expressou a sua indignação face aos acontecimentos, classificando-os como "inaceitáveis" e lamentando a falta de discrição na operação.
Este cenário levanta questões sobre o impacto que estas detenções e a Operação Pretoriano podem ter na estabilidade do FC Porto, tanto em termos desportivos como institucionais.