Cinquenta anos após a inesquecível temporada da "Revolução de Abril," o Sporting, sob a batuta tática de Rúben Amorim, está a desenhar paralelos notáveis com a lendária equipa que se sagrou campeã em 1973/74, com Mário Lino ao leme dos leões.
Naquela época, recorde-se, os leões conquistaram o título de campeão nacional, a Taça de Portugal, e chegaram às meias-finais da Taça das Taças.
A atual temporada destaca-se como uma das mais excecionais na história recente do clube verde e branco, e muito desse sucesso está centrado na prestação brilhante do avançado sueco Viktor Gyökeres, que emerge como a grande revelação do campeonato português.
Gyökeres, com as suas exibições impressionantes, atraiu a atenção de diversos colossos europeus, entre os quais o Liverpool, mas apesar do forte assédio, o Sporting resistiu à tentação de ceder o seu principal ativo ao futebol inglês.
Rúben Amorim, técnico sportinguista, ao comentar a permanência do avançado em Alvalade, destacou a importância vital de Gyökeres na busca pelo tão almejado título de campeão nacional.
Amorim esclareceu que não houve propostas que atingissem a cláusula de rescisão, e enfatizou que nenhum jogador foi retido devido à luta pelos títulos.
"Sobre o Gyökeres, não tivemos propostas pela cláusula de rescisão. Nenhum jogador ficou por estarmos a lutar por títulos. Ficaram porque na época passada saíram jogadores que valeram muito dinheiro", começou por dizer Amorim, na conferência de antevisão ao próximo encontro dos leões, citado pelo jornal 'A Bola'.
Numa análise financeira, o treinador leonino explicou que a política de contratações e vendas desta temporada foi cuidadosamente planeada, visando manter a estabilidade económica do clube.
Rúben Amorim ressaltou a importância estratégica de jogadores como Viktor, Pote, Trincão e Paulinho para a campanha atual, reconhecendo o impacto positivo que têm na busca pelos títulos.
"Entre contratações e vendas gastámos exatamente o mesmo e essa é a razão para não vendermos agora. Não estamos a fazer um esforço financeiro. Fizemos um planeamento muito diferente do ano passado. Título? Fica mais perto sem dúvida nenhuma", observou.
"Se não tivéssemos Viktor, Pote, Trincão, Paulinho, ficaríamos muito mais longe. O Viktor, pelo impacto que tem, obviamente que estamos mais perto de alcançar títulos", acrescentou Amorim.
Quanto ao foco principal, Amorim sublinhou a determinação do Sporting em conquistar o campeonato nacional, reconhecendo a influência psicológica positiva que tal conquista teria nos adeptos e no clube como um todo.
O treinador expressou a ambição de manter o título na regularidade, afirmando que a entrada direta na Liga dos Campeões poderia possibilitar um planeamento diferente para enfrentar os desafios europeus.
"Não abdicaria de nenhum título, mas para mim o principal é o campeonato. E não vamos abdicar dos outros. Mas temos que saber que valores teremos se entrarmos diretamente na Liga dos Campeões", frisou.
"O foco é ser campeão, porque isso dá um orgulho a toda a gente no clube e aos adeptos"
"Tem um impacto psicológico nos adeptos e na forma como queremos ganhar, que não é de 20 em 20 anos mas sim de dois em dois ou de um em um", destacou o técnico luso.
"Se entrarmos podemos fazer um planeamento diferente. Temos que ser campeões nacionais. Se pudermos ganhar tudo muito bem, mas precisamos de sorte. E sorte é o que não falta às vezes", rematou.