A seleção do Brasil enfrenta um revés histórico ao não garantir a sua presença nos próximos Jogos Olímpicos, marcando o fim de uma sequência de duas conquistas consecutivas.
"Calhou-me viver uma época incrível deles, no Mundial de 1970", lembra antigo técnico argentino.
O desaire culminou com uma derrota por 1-0 frente à Argentina, com um golo solitário de Gondou aos 78 minutos, selando assim a eliminação da equipa canarinha da competição.
Este desfecho inesperado marca o fim de uma sequência histórica de participações olímpicas para o Brasil, que falha pela primeira vez em duas décadas a presença no torneio. A última vez que a seleção canarinha não marcou presença nos Jogos Olímpicos foi há 20 anos, em 2004.
A campanha desafortunada do Brasil começou com uma derrota no primeiro jogo contra o Paraguai, o que já lançava um sinal de alerta sobre as dificuldades que a equipa enfrentaria. No final da competição, a seleção brasileira ficou em terceiro lugar do grupo, acumulando apenas três pontos.
Para o jogo decisivo contra a Argentina, o selecionador Ramon Menezes apostou em Endrick, promessa do futebol brasileiro e futuro reforço do Real Madrid.
No entanto, o irreverente avançado não conseguiu ter o impacto desejado no desenrolar da partida, acabando por não conseguir impulsionar a equipa canarinha para a vitória.
É de realçar que Endrick, apesar de já estar assegurado como reforço do Real Madrid, só se juntará à equipa merengue na temporada 2024/2025, quando completar 18 anos.
Até lá, continuará a jogar pelo Palmeiras, clube onde se encontra atualmente e que é orientado pelo treinador português Abel Ferreira.
A ausência do Brasil nos Jogos Olímpicos é um golpe para uma nação que tem uma história rica no futebol e que conquistou o ouro olímpico pela primeira vez em 2016, no Rio de Janeiro.
O momento de glória repetiu-se em 2020, em Tóquio, quando a seleção brasileira conquistou o bicampeonato olímpico.
A surpreendente eliminação não passou despercebida a figuras importantes do futebol sul-americano, como é o caso de César Luis Menotti, antigo treinador da seleção argentina e campeão do mundo em 1978, que em declarações à rádio argentina DSports expressou a sua surpresa e deceção perante o desempenho brasileiro.
"Dá-me vergonha o que se passa com o Brasil. Calhou-me viver uma época incrível deles, no Mundial de 1970. Penso que há uma decadência cultural, e não percebo como é possível jogar tão mal e sem suster toda a sua história brilhante", começou por dizer o experiente técnico.
"A Argentina não está como o Brasil, em 1970, mas conquistou algo que é fundamental, o facto de ter voltado a ser a representação do povo, algo que se tinha perdido. Agora, as pessoas estão felizes, e encontraram um apoio na seriedade", rematou Luis Menotti.