O Benfica assegurou o seu lugar nos oitavos de final da Liga Europa após eliminar o Toulouse, mas a exibição da equipa encarnada levantou questões sobre a sua consistência e ainda sobre as escolhas táticas de Roger Schmidt, técnico das águias.
"O Benfica não fica melhor sem o MacGyver norueguês", observa Sérgio Krithinas.
O empate a zero na segunda mão do play-off de acesso aos oitavos de final da segunda competição mais importantes de clubes da UEFA, realizado em solo francês, pode ter garantido a passagem ao emblema português, mas não foi suficiente para acalmar as críticas dos adeptos benfiquistas e da imprensa desportiva nacional.
Desde a chegada de Roger Schmidt ao Benfica em julho de 2022, a equipa da Luz tem sido alvo de uma série de avaliações, nem sempre positivas.
O treinador alemão, conhecido pelo seu estilo de jogo ofensivo, tem enfrentado desafios para implementar a sua filosofia e conquistar a simpatia dos adeptos encarnados e, se, no plano interno, a equipa está na luta pelo título, a nível internacional as coisas não têm corrido como planeado.
A eliminação precoce na Liga dos Campeões foi um duro golpe para as aspirações europeias do Benfica, que agora tem de se contentar com a Liga Europa. No entanto, o confronto com o Toulouse revelou uma equipa que ainda procura encontrar a sua consistência e identidade.
A vitória na primeira mão, na Luz, com dois golos de Ángel Di María, proporcionou uma vantagem à equipa encarnada. Contudo, o empate sem golos na segunda mão, em França, revelou um Benfica que enfrentou dificuldades perante a determinação do Toulouse.
As críticas não se fizeram esperar, apontando para um futebol pouco atrativo e opções táticas questionáveis.
A decisão de Roger Schmidt em alterar a equipa titular, dando oportunidade a jogadores menos utilizados como David Neres e Casper Tengsted, não teve o impacto desejado.
A prestação de Neres, que se destacou no último jogo frente ao Vizela, onde as águias aplicaram uma goleada à antiga, não foi consistente em Toulouse.
Tengsted, por sua vez, teve uma participação discreta, tendo tocado apenas 10 vezes na bola e perdendo a posse da mesma por 4 durante o tempo em que esteve em campo, levantando questões sobre a validade das mudanças efetuadas pelo treinador alemão.
No entanto, a ausência de Fredrik Aursnes, jogador norueguês que tem sido aposta frequente de Schmidt, na equipa titular das águias, foi a alteração que se fez notar mais, uma vez que o polivalente jogador tem sido imprescindível no puzzle tático do técnico germânico.
Aursnes, que já foi utilizado em seis posições diferentes ao longo da temporada, é considerado um elemento valioso no plantel do Benfica. A decisão de deixá-lo no banco gerou controvérsia, especialmente quando a equipa parecia necessitar de maior consistência no meio-campo.
Neste sentido, as criticas ás opções de Roger Schmidt não tardaram em surgir e, Sérgio Krithinas, num artigo de opinião publicado no jornal 'Record, afirmou que o Benfica fica mais debilitado sem a presença do jogador norueguês.
"Nunca é melhor com Aursnes no banco", começou por escrever, citado pelo site 'Glorioso1904'.
"O Benfica não fica melhor sem o MacGyver norueguês, que parece estar a experimentar uma das poucas posições que lhe faltava: o banco de suplentes. Como lateral-direito é o melhor do plantel mas ontem fez mais falta no meio-campo", observou ainda Krithinas.
Além disso, a decisão de deixar Arthur Cabral no banco também foi questionada, uma vez que o brasileiro não conseguiu apresentar um desempenho superior ao de Tengsted quando entrou em campo.
A única decisão que parece ter sido bem-sucedida por parte de Schmidt foi a manutenção de João Neves como titular, com o jovem médio, que é o nova coqueluche da Luz e que havia perdido a mãe dois dias antes do encontro, a continuar a mostrar qualidade e consistência nas suas atuações de águia ao peito, fazendo as delícias dos adeptos encarnados.
No entanto, apesar das críticas à prestação da equipa, o Benfica conseguiu garantir o seu lugar nos oitavos de final da Liga Europa.
Resta agora a Roger Schmidt analisar os erros cometidos e preparar a equipa para os desafios que se avizinham na competição europeia.
Com a polivalência de jogadores como Aursnes e a qualidade de jovens talentos como João Neves, o técnico alemão terá recursos para corrigir o rumo da equipa e aspirar a voos mais altos nesta competição.