O futebol, muitas vezes visto apenas como um espetáculo desportivo, revela, por vezes, a sua vertente mais humana e emocional, e foi isto mesmo que aconteceu na passada quinta feira no reduto do Toulouse.
"As lágrimas de João Neves em Toulouse tocaram-nos a todos"
No passado confronto entre o emblema francês e o Benfica, a contar para a segunda mão do playoff de acesso à Liga Europa, as lágrimas de João Neves, visivelmente comovido pelo recente falecimento da mãe, não passaram despercebidas.
Um episódio que não só comoveu os adeptos benfiquistas, mas que teve um impacto global, gerando uma onda de solidariedade que ultrapassa as fronteiras do campo.
Num gesto de empatia e respeito, Ivan Rakitic, estrela do Al Shabab, em conversa com o jornal 'Record', dedicou palavras especiais ao jovem médio benfiquista, proporcionando uma visão tocante da união que o futebol pode inspirar.
"Teve uma experiência negativa nos últimos dias… Que infortúnio…Primeiro, quero desejar-lhe muito ânimo. É um momento muito duro e por isso queremos – todo o futebol – dar um abraço ao João e à sua família. Porque a família está acima de tudo e de todos", começou por dizer o experiente médio croata.
"Ver um miúdo com tanta força, que após momentos tão duros pode dar a volta por cima… Isso diz muito da sua força mental e respetiva projeção", acrescentou Rakitic.
A principal figura do emblema saudita, que agora é comandado pelo técnico português Vítor Pereira, não só prestou homenagem à resiliência de João Neves perante a adversidade, como também expressou otimismo quanto ao futuro do jovem médio no Benfica e no futebol português.
"O Benfica e o futebol português têm, com ele, o futuro assegurado. Que desfrutem dele", observou.
"Oxalá que o possamos ver sorrir em breve. As suas lágrimas contra o Toulouse tocaram-nos a todos. Dói muito e quero, reforço, enviar-lhe um grande abraço", rematou Ivan Rakitic.
O gesto de Rakitic vai além das rivalidades clubísticas, sublinhando a conexão humana que une jogadores de diferentes equipas e países.
João Neves, aos 19 anos, encontra-se no epicentro de uma onda de apoio que demonstra que, no mundo do futebol, a compaixão pode transcender fronteiras e rivalidades.
Este episódio não só reforça a ideia de que o futebol é mais do que um jogo, mas também destaca a importância de reconhecer a humanidade nos desportistas.
A dor do jovem médio encarnado, que é uma das principais figuras do puzzle tático de Roger Schmidt, tornou-se um catalisador para a solidariedade, um lembrete poderoso de que, para lá dos golos e das vitórias, os atletas são, acima de tudo, seres humanos suscetíveis às vicissitudes da vida.