O FC Porto, uma das instituições mais emblemáticas do futebol português, encontra-se no centro de uma nova polémica que ultrapassa as quatro linhas.
"Então não há nenhum segurança que está a acompanhar as imagens das câmaras?", questiona antigo dirigente do Sporting.
O roubo e subsequente exibição de tarjas pertencentes às duas claques dos dragões durante um jogo entre o Hajduk Split e o Lokomtiv Zagreb, no estádio Poljud, em Split, deixou os adeptos dos Super Dragões e do Coletivo 95 perplexos, preocupados e, sobretudo revoltados.
O incidente ocorreu num contexto peculiar, logo após a vitória contundente do FC Porto por 5-0 sobre o seu rival Benfica, levantando suspeitas sobre as possíveis motivações por trás do roubo das tarjas.
A exibição das mesmas pelo Hajduk Split gerou uma onda de especulações sobre a relação entre as claques croatas e os No Name Boys do Benfica, além de colocar em causa a segurança do Museu do FC Porto e do estádio do Dragão, 'santuário' para os fervorosos adeptos portistas.
Face a mais um episódio que faz soar os alarmes no Dragão, Paulo Andrade, ex-dirigente do rival Sporting, trouxe recentemente à discussão pontos pertinentes sobre o assunto, tendo questionado a ausência de indícios ou suspeitas diretas sobre as claques do Benfica neste incidente.
O comentador afeto aos leões, no decorrer de um programa da CMTV do qual faz parte do painel, salientou que, se o clube da Luz já escapou a situações problemáticas no passado, não seria justo atribuir-lhes culpa neste caso em particular.
"Envolver o Benfica e as claques do Benfica, os No Name Boys, ...", começou por referir Andrade, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.
"Se o Benfica não é acusado com o que se passou com o Paulo Gonçalves, se o Benfica não é acusado com o Boaventura, vocês agora acham que podem acusar os No Name Boys? Em Portugal vale tudo", observou de seguida o comentador.
Andrade levantou também preocupações sobre a segurança do Museu do FC Porto, apontando o facto de que o desaparecimento das tarjas teria ocorrido num local supostamente vigiado por sistemas de videovigilância e seguranças.
"Admito que esteja tudo guardado. As taças e os troféus do FC Porto não estão à mão de semear. As tarjas não deveriam estar à mão de semear", destacou o ex-dirigente leonino.
A incredulidade de Andrade em relação à aparente falta de deteção do incidente ressoa entre muitos que se questionam sobre os procedimentos de segurança do clube.
"Como é que se vão buscar as tarjas? Essa explicação não foi dada. Acho um bocado estranho. Então não há nenhum segurança que está a acompanhar as imagens das câmaras?", questionou o comentador.
A situação ganha ainda mais relevância no contexto das próximas eleições no FC Porto, com Andrade a expressar preocupações legítimas sobre a segurança durante o processo eleitoral, dada a aparente vulnerabilidade demonstrada pelo roubo das tarjas.
"A segurança no FC Porto tem de ser reforçada. Aí já compreendo. Se conseguem tirar tarjas do museu, o que é que vão ser as eleições. A preocupação é legítima", rematou Paulo Andrade.