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"Jogo pelo Real Madrid e Brasil. Se não sentir pressão a jogar por ambos, algo está errado"

Rodrygo Silva de Goes, conhecido simplesmente como Rodrygo dentro das quatro linhas, tem sido o centro das atenções tanto no cenário do futebol espanhol quanto no panorama internacional com a seleção brasileira.

"Jogo pelo Real Madrid e Brasil. Se não sentir pressão a jogar por ambos, algo está errado"
Real Madrid

"Aconselho todos, não só os jogadores, a procurarem um psicólogo", destaca Rodrygo.

A sua rápida ascensão como uma das principais promessas do futebol mundial tem sido impressionante, especialmente considerando a sua tenra idade e a pressão associada ao representar clubes de renome e uma seleção com um histórico tão prestigioso.

Nascido a 9 de janeiro de 2001 em Osasco, São Paulo, Rodrygo começou a sua carreira nas camadas jovens do Santos, onde rapidamente chamou a atenção dos olheiros pela sua destreza técnica e capacidade de finalização.

A sua estreia pela equipa principal do Santos ocorreu em 2017, quando tinha apenas 16 anos de idade, tornando-se no jogador mais jovem a marcar um golo na Libertadores pelo clube brasileiro.

Em 2019, Rodrygo transferiu-se para o Real Madrid, num negócio estimado em cerca de 45 milhões de euros, tornando-se um dos jogadores mais caros da história do clube espanhol na altura.

"Sofri racismo nas redes sociais de muitos argentinos. Foi uma situação muito triste"

Desde então, o jovem avançado tem impressionado com as suas atuações consistentes e momentos de brilhantismo, ganhando gradualmente um lugar de destaque na equipa treinada por Carlo Ancelotti.

Com a lesão de Neymar a abrir espaço na seleção brasileira, Rodrygo tem vindo a ganhar cada vez mais protagonismo no "escrete", provando ser uma peça valiosa no ataque da equipa agora comandada por Dorival Júnior.

Apesar da pressão inerente ao representar uma das maiores seleções de futebol do mundo, o jovem jogador tem mostrado uma maturidade impressionante e uma capacidade de lidar com as expectativas.

Numa entrevista ao The Guardian, Rodrygo partilhou a sua abordagem para lidar com a pressão do futebol de alto nível, destacando a importância de cuidar da saúde mental.

O jogador canarinho, alvo de muitas criticas, tanto em Espanha como por vezes no Brasil, aconselhou não só os atletas, mas também todas as pessoas, a procurar ajuda de psicólogos, reconhecendo a normalidade do medo e a importância de lidar com o mesmo de forma saudável.

"Tento não me preocupar com o que as pessoas vão dizer. Precisamos ter cuidado com a nossa saúde mental. Aconselho todos, não só os jogadores, a procurarem um psicólogo", começou por dizer o jogador, citado pelo site 'Desporto ao Minuto'.

"Hoje em dia, jogo pela maior seleção e pelo maior clube do mudo. Se não sentir pressão a jogar por ambos, algo está errado. Não haveria maneira de continuar. Há realmente muita pressão. Se ganhar na quarta-feira, sou o melhor do mundo. Se perder no domingo, sou o pior. É preciso ter equilíbrio", observou Rodrygo.

Infelizmente, como muitos outros atletas negros, Rodrygo também foi vítima de racismo, principalmente nas redes sociais. O jogador revelou ter sido alvo de comentários racistas por parte de adeptos argentinos, uma situação que o afetou profundamente.

No entanto, Rodrygo não se deixou abater, destacando a importância de combater o racismo no desporto e na sociedade em geral.

"Sofri racismo nas redes sociais de muitos argentinos. Foi uma situação muito triste e que te afeta. Fiquei muito triste. Mas rastreamos todos os perfis que me enviaram abusos", acrescentou.

"Muitos deles devem ter se assustado nos últimos dias quando receberam a ação. As pessoas acham que podem escrever o que quiserem nas redes sociais, mas depois são processadas em casa por isso", rematou o jogador do Real Madrid.

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