Com a eleição de André Villas-Boas como presidente, termina a era de 42 anos de liderança de Pinto da Costa no FC Porto.
A vitória de André Villas-Boas nas eleições do FC Porto não só marca o fim de uma era dominada por Jorge Nuno Pinto da Costa, mas também estabelece expectativas para uma transformação significativa no panorama do futebol português.
Pinto da Costa, que liderou o clube durante quatro décadas, deixa um legado complexo, pontuado tanto por sucessos desportivos quanto por controvérsias.
José Gaspar Ramos, ex-vice-presidente do Benfica e adversário de longa data de Pinto da Costa, partilhou aos microfones da "Rádio Renascença" sua visão sobre o impacto desta transição.
"Havia aspectos muito negativos no pensamento de Pinto da Costa. Estou à vontade porque sofri as consequências do pensamento e travei com ele uma batalha muito dura durante os meus tempos", começou por afirmar Gaspar Ramos, prevendo que, sem a influência de Pinto da Costa, "o futebol nacional fique mais livre".
O discurso de vitória de André Villas-Boas, focado em princípios éticos, foi particularmente impressionante para o ex-dirigente encarnado.
“Fiquei bastante impressionado com as palavras de Villas-Boas, quando diz que vai fazer do FC Porto um clube com ética. É um valor fundamental, que não era praticado até aqui e que pode permitir todas as conversas fundamentais para tornar o futebol português mais saudável”, afirmou.
Além disso, Gaspar Ramos apontou a importância da colaboração entre os grandes clubes de Portugal, incluindo o Sporting, que sob a gestão de Frederico Varandas também tem procurado práticas mais saudáveis e transparentes.
“Independentemente da rivalidade, há interesses comuns que têm de ser defendidos. O futebol português tem de ser repensado e é necessário que – juntamente com os outros clubes – o FC Porto, Benfica e Sporting possam dialogar,” concluiu Gaspar Ramos.
André Villas-Boas ganhou as eleições para a presidência do FC Porto contra Jorge Nuno Pinto da Costa, líder do clube há 42 anos.