"Os que não jogam querem-se todos ir embora no final da época. Não é uma coisa natural"

"Cada clube só pode ter alguns jogadores, são os que jogam", ironizou antigo jogador do Benfica.

Após um investimento significativo no plantel, o maior de sempre na história do clube lisboeta, as expectativas estavam elevadas entre os adeptos benfiquistas para esta época.

No entanto, o rendimento aquém do esperado na presente temporada levou a críticas cada vez mais audíveis por parte da massa associativa encarnada, com muitos sócios e adeptos a defenderem a saída de Roger Schmidt, técnico do Benfica, assim que terminar o campeonato.

A incerteza quanto à continuidade de Schmidt no comando técnico do Benfica está a gerar desconforto e inquietação entre alguns jogadores do plantel, de acordo com informações avançadas pelo 'Correio da Manhã'.

"Pode haver descontentamento, os jogadores acham sempre que merecem jogar"

Segundo avança a mesma fonte, as escolhas do treinador alemão ao longo desta temporada foram determinantes para o desejo de alguns jogadores terem manifestado a sua vontade de deixar o clube lisboeta no final da época, caso o técnico alemão permaneça na Luz.

Face à possibilidade de vários jogadores deixarem o plantel das águias no final da, Diamantino Miranda, antigo jogador do Benfica, utilizou a ironia para comentar a situação, tendo afirmado que 'não é natural' que todos os jogadores que não jogam peçam para sair.

"Cada clube só pode ter alguns jogadores, são os que jogam", começou por dizer, num tom irónico, o ex-jogador português, em declarações na CMTV.

"Os que não jogam querem-se todos ir embora no final da época. É assim, não é? Não é uma coisa natural, não é uma coisa natural. Pode haver descontentamento, os jogadores acham sempre que merecem jogar", acrescentou Miranda.

David Neres, Morato e Arthur Cabral destacam-se como exemplos de um plantel que se mostra cada vez mais dividido, após uma temporada que ficou aquém das expetativas.

Morato, defesa central, abdicou de propostas financeiramente vantajosas provenientes de Inglaterra no último verão, confiando na promessa de mais oportunidades por parte de Schmidt.

No entanto, acabou por ser adaptado a lateral e posteriormente relegado para o banco de suplentes por Schmidt, o que gerou descontentamento por parte do jogador brasileiro.

David Neres, por sua vez, enfrentou desafios semelhantes, sendo raramente escolhido pelo técnico germânico para jogar durante os 90 minutos quando finalmente teve oportunidade.

No que toca à situação do extremo brasileiro na Luz, Diamantino Miranda sai em sua defesa, afirmando que, na sua opinião, Neres deveria ter somado mais minutos com a camisola da águias esta época, assim aconteceria se fosse o técnico do Benfica.

"Eu não te vou dizer se o Neres deveria ser sempre titular ou não, quer dizer, até posso dizer, na minha opinião até deveria ser. Não foi, porque não sou eu o treinador, é o Roger Schmidt", observou o comentador da CMTV.

Já Arthur Cabral expressou o seu descontentamento por ser preterido do onze inicial numa fase em que estava numa sequência positiva de jogos com golos.

Quanto ao avançado brasileiro que chegou à Luz a troco de 20 milhões de euros, Miranda vai contra quem criticou Roger Schmidt por ter colocado Cabral no banco de suplentes, quando este apresentava-se na sua melhor forma, e questiona se as expetativas foram correspondidas face às oportunidades que o avançado teve na Luz.

"Falou-se muito na altura do Artur Cabral, que marcava golos e depois o treinador tirou da equipa. Está bem, mas quantas oportunidades teve o Artur Cabral? Correspondeu às expectativas que se tinha?", rematou Diamantino Miranda.