
À medida que se aproxima o início da nova época, o Benfica enfrenta desafios consideráveis na construção do seu plantel, e as incertezas que envolvem João Neves e a possível contratação de Renato Sanches têm dominado as conversas entre adeptos benfiquistas, deixando no ar um misto de expectativa e apreensão.
"Podendo jogar Champions não será uma regressão comparando com um empréstimo à Roma", observou Jorge Maciel, treinador que trabalhou com Renato Sanches no Lille.
João Neves, uma das promessas atuais mais valiosas da formação do Benfica, está no centro de uma novela que envolve a sua saída ou não da Luz ainda neste defeso de mercado, e que tem deixado os adeptos encarnados e os comentadores afetos ao emblema lisboeta preocupados quanto à construção da equipa para a nova época.
O jovem médio, que brilhou na última época e que foi integrou a lista final de Roberto Martínez, selecionador de Portugal, para o Campeonato da Europa, está a ser fortemente assediado pelo Paris Saint-Germain.
Ao que tudo indica, o clube francês está disposto a desembolsar cerca de 75 milhões de euros pelo passe de João Neves, um montante que poderá transformar o jovem médio português numa das transferências mais altas da história do Benfica.
Apesar do forte assédio por parte do atual campeão francês, a direção do Benfica, liderada por Rui Costa, tem mantido uma postura firme e intransigente, demonstrando a importância de João Neves para o projeto desportivo do clube e para o xadrez tático de Roger Schmidt.
Enquanto a saída de João Neves parece cada vez mais um dado adquirido, surge a hipótese do regresso de Renato Sanches ao Benfica.
O internacional português, que teve uma formação destacada no Seixal e uma passagem pela equipa principal antes de se transferir para o Bayern de Munique em 2016, poderia preencher a lacuna que uma eventual saída de João Neves deixaria no meio-campo das águias.
Sobre este possível regresso de Sanches a uma casa que bem conhece, Jorge Maciel, atual treinador-adjunto do Lyon e que trabalhou com o médio luso no Lille, defendeu em declarações à 'Rádio Renascença', que não considera este passou um recuar de carreira para Sanches, isto em comparação com o último clube por onde passou, a Roma.
"É um casamento já falado e que pode ser interessante, olhando para o atual contexto", começou por dizer o atual técnico-adjunto do Lyon, antes de sustentar a sua opinião.
"Será confortável para ele, voltar a uma cidade que conhece e a um que clube que gosta. E podendo jogar Champions não será uma regressão comparando com um empréstimo à Roma", defendeu.
Maciel destacou que o possível regresso de Renato Sanches ao Benfica não seria, de todo, um retrocesso na carreira do experiente médio português, comparando-o favoravelmente à sua recente passagem pela Roma, por empréstimo do PSG.
Apesar de uma temporada discreta na capital italiana, Sanches continua a ser um jogador de elevado potencial, com experiência em várias ligas europeias, incluindo passagens pela Premier League, onde envergou as cores do Swansea City, e pela Bundesliga, onde jogou pelo Bayern Munique.
Após uma temporada na Roma, onde disputou apenas 12 jogos, Renato Sanches procura agora um novo capítulo na sua carreira e, no que toca a este ponto, Maciel enfatizou a importância do médio estar confortável e motivado para alcançar o seu melhor desempenho.
"Nas conversas que fomos tendo, não só quando ele estava no Lille mas também já depois, é que 'se estiver feliz fará os outros felizes'. Não tem que relançar a carreira. Ele andou com esse discurso do 'ter que provar', mas não tem nada que provar. Tem acima de tudo que desfrutar do futebol", observou o técnico que trabalhou com Sanches no Lille.
Com apenas 26 anos, Sanches já acumulou experiência significativa ao nível de clubes e seleções, destacando-se especialmente no Euro 2016 como uma das figuras da competição.
Maciel admite que o regresso à seleção portuguesa é um dos objetivos declarados pelo médio, que deseja continuar a contribuir para conquistas importantes para a equipa das quinas.
"Voltar à seleção será um dos objetivos, para além de lutar por títulos e coisas importantes, que foi o que ele sempre fez à exceção do último ano", rematou Jorge Maciel.
À medida que o Benfica se prepara para a nova temporada, a gestão cuidadosa das movimentações no mercado de transferências assume uma importância crucial para o clube lisboeta que procura limpar a imagem deixada na última época, onde arrecadou apenas a Supertaça Cândido Oliveira.
As decisões em torno de jogadores como João Neves e as possíveis movimentações de mercado, como o regresso de Renato Sanches, poderão definir não apenas o desempenho desportivo, mas também a dinâmica interna e as expectativas dos fervorosos adeptos encarnados.
Com a Liga dos Campeões como um dos objetivos principais, o Benfica enfrenta um desafio duplo: reforçar a competitividade da equipa comandada por Roger Schmidt, enquanto mantém o equilíbrio financeiro e desportivo.
As próximas semanas serão decisivas para o desfecho destas negociações e para a definição do plantel que Roger Schmidt terá à sua disposição para enfrentar os desafios que se avizinham.