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O futebol brasileiro está a passar por uma grande transformação nos últimos anos. Afinal, os principais clubes da Série A do Brasileirão vêm elevando suas receitas e se tornando mais competitivos a nível internacional.
Uma das razões para isso é o crescente investimento de empresas de apostas em patrocínios no país. Esse é um setor que praticamente não existia no Brasil há alguns anos, mas agora movimenta milhões de reais, e parte desse dinheiro se torna verba de marketing.
Atualmente, os principais clubes brasileiros exibem patrocínios de casas de apostas no espaço principal de seus uniformes. E alguns contratos bateram a marca histórica de R$ 100 milhões por ano.
Um dos principais fatores que contribuíram para esse avanço das “bets” no futebol brasileiro foi, sem dúvida, a popularização da atividade no país. Cada vez mais pessoas fazem apostas, e o número de plataformas vem se multiplicando para atender a esse público. Com isso, a concorrência se mantém acelerada.
No entanto, também é importante o papel que a regulamentação desse mercado teve no país. Desde o início deste ano, há regras claras para as empresas de apostas operarem no Brasil e apenas sites com licença do governo federal têm essa autorização.
As plataformas licenciadas podem oferecer uma grande variedade de apostas em diferentes esportes. Além disso, têm permissão para oferecer jogos de casino, incluindo caça-níqueis de jackpot progressivo, blackjack, baccarat e outras modalidades típicas. Portanto, o potencial de geração de receita é considerável.
Atender a todas as exigências do governo para terem uma licença de operação não é fácil. Em contrapartida, os sites de apostas contam com toda a segurança jurídica para a realização de investimentos — inclusive em marketing. E parece natural que as empresas do ramo vejam quem acompanha futebol como o público-alvo ideal.
Em 2025, os valores dos contratos de clubes da Série A com casas de apostas atingiram R$ 886,3 milhões, o maior da história para esse nicho.
Além disso, a soma não leva em conta os patrocínios de quatro clubes, que não revelaram os valores: Santos, Bahia, Red Bull Bragantino e Mirassol. Levando em conta os contratos fechados pelas outras equipes, é provável que o total esteja perto de R$ 1 bilhão.
Veja abaixo quais são as plataformas que patrocinam cada clube e quais valores cada um deles recebe por ano:
- Atlético-MG: H2Bet, R$ 60 milhões;
- Bahia: Viva Sorte Bet, valor não divulgado;
- Botafogo: VBet, R$ 55 milhões;
- Ceará: Esportes da Sorte, R$ 15,3 milhões;
- Corinthians: Esportes da Sorte, R$ 103 milhões;
- Cruzeiro: Betfair, R$ 42 milhões;
- Flamengo: Pixbet, R$ 85 milhões;
- Fluminense: Superbet, R$ 42 milhões;
- Fortaleza: CassinoBet, R$ 35 milhões;
- Grêmio: Alfa, R$ 50 milhões;
- Internacional: Alfa, R$ 50 milhões;
- Juventude: Stake, R$ 15 milhões;
- Mirassol: 7KBet (não é patrocínio master), valor não divulgado;
- Palmeiras: SportingBet, R$ 100 milhões;
- Red Bull Bragantino: Betfast (não é patrocínio master), valor não divulgado;
- Santos: Blaze, com valores não divulgados;
- Sport: Betnacional, R$ 22 milhões;
- São Paulo: Superbet, R$ 52 milhões;
- Vasco da Gama: Betfair, R$ 57,5 milhões;
- Vitória: 7K, R$ 20 milhões.
O tempo de contrato pode variar, mas costuma ser de 2 a 3 anos. Além disso, muitas empresas pagam não apenas pelo espaço principal na camisa dos jogadores, mas também para exibir a marca no estádio durante os jogos, nas redes sociais do clube e assim por diante.
O predomínio das casas de apostas nas camisas dos clubes da Série A chama a atenção. Afinal, 18 dos 20 clubes têm marcas do setor estampando o principal espaço de seus uniformes. Atualmente, as únicas exceções são o Mirassol, que acabou de subir da Série B, e o Red Bull Bragantino.
Aliás, o caso da equipe de Bragança Paulista é bem específico, uma vez que ele é controlado pela empresa austríaca Red Bull. Por isso, não apenas dá destaque à marca de energéticos, como assumiu toda a sua identidade visual.
Apesar disso, o “Massa Bruta” fechou um contrato com a Betfast este ano. Agora, exibe a marca da casa de apostas nas mangas e na parte traseira da camisa. Aliás, está aí mais uma prova de como as bets seguem rompendo resistências do mercado.
O Mirassol tem como seu patrocinador master o Guaraná Poty, marca de refrigerantes do interior de São Paulo — como o clube. A empresa já era parceira do “Leão” em divisões inferiores do futebol nacional — agora, terá a oportunidade de brilhar na Série A, com acesso a um público muito mais amplo.
No entanto, assim como o Red Bull, o Mirassol fez um contrato de patrocínio menor com uma casa de apostas. No caso, é a 7KBet, que tem a oportunidade de exibir sua marca em outras partes do uniforme, em vez do espaço tradicional na frente da camisa.
A presença das casas de apostas na Série A se tornou ainda mais marcante em 2025 devido a contratos novos que quebraram paradigmas entre os principais clubes do país.
Grêmio e Inter são exemplos disso. Afinal, a dupla Grenal era patrocinada há muitos anos pelo Banrisul, um banco estatal do Rio Grande do Sul. No entanto, em 2025, ambas finalmente fecharam seu primeiro acordo com uma casa de apostas para ocupar o espaço principal de seus uniformes.
Um fato curioso é que, devido à rivalidade acirrada entre Grêmio e Inter, as empresas evitam patrocinar apenas um dos dois clubes — principalmente, no caso de um contrato com tanta exposição. Por isso, a Alfa seguiu o exemplo do Banrisul e fechou com os dois times pelo mesmo valor.
Outro clube importante que embarcou nas bets recentemente foi o Palmeiras. Nesse caso, o interessante é que a SportingBet tomou o lugar da Crefisa. Parceira emblemática da equipe paulista nos últimos anos, a empresa financeira é vista como uma das principais responsáveis pelo poderio do clube atualmente.
