O mercado futebolístico europeu não escapou à crise económica e as cinco principais ligas europeias reduziram em média em 29 por cento as suas despesas de contratações de jogadores, em comparação com o verão passado.
As cinco grandes ligas gastaram 1320 milhões de euros este verão, o que compara com 1855 milhões de euros no verão de 2009, segundo a “Football Transfer Review 2011”, um estudo sobre o mercado de contratações realizado pela empresa “Prime Time Sport”, que foi hoje apresentado na escola de negócios ESADE.
A liga inglesa continua a encabeçar o ranking de investimento em jogadores, com 435 milhões de euros, cerca de 15 por cento menos do que no ano passado, o que representa o terceiro ano consecutivo de redução.
A liga italiana surge em segundo lugar, ultrapassando a espanhola, com uma despesa de contratação de jogadores de 327 milhões de euros (menos 18 por cento do que há um ano).
Em terceiro lugar surge a liga espanhola, com 262 milhões de euros de contratações, uma redução de 45 por cento, que se explica pelo facto de contratações excepcionais como a de Cristiano Ronaldo ou Ibrahimovic terem feito disparar a despesa de contratações no verão de 2009 para 470 milhões de euros.
A tendência de abrandamento verifica-se também na liga alemã, que este ano gastou 157 milhões de euros em contratações de jogadores, uma queda homóloga de 32 por cento.
A liga francesa registou a segunda maior queda, de 43 por cento, na despesa em contratações de jogadores, quedando-se em 140 milhões de euros e sendo ultrapassada pela Alemanha.
Segundo o diretor do estudo, Esteve Calzada, “a precariedade económica na maioria das ligas, a profissionalização generalizada na gestão das transferências e a prioridade dada à saída de jogadores provocou esta descida generalizada nos investimentos”.
Apesar da grande quebra nas contratações da liga espanhola, o Real Madrid (78 milhões de euros) e o Barcelona (71 milhões de euros) ocupam o segundo e terceiro lugares nas despesas de contratações desta temporada.
Apenas são ultrapassados pelo Manchester City, que este verão gastou 145 milhões de euros em contratações de jogadores e que acumula quase 300 milhões de euros de contratações nos últimos dois anos.
A Juventus, com 56 milhões de euros, e o Milão, com 53 milhões de euros, completam o “top 5” dos clubes que mais gastaram em novos jogadores.
No entanto, elevada despesa em contratações não é garantia de êxitos desportivos.
O Real Madrid realizou no ano passado contratações no valor recorde de 265 milhões de euros e não ganhou qualquer título, embora três das seis equipas europeias que mais gastaram em contratações tenham ganho as respetivas ligas (Barcelona, Inter e Bayern).
Mas se a tendência do mercado europeu foi este ano de menor investimento na compra de jogadores, registou-se um maior volume de vendas para sanear as contas dos clubes.
A liga espanhola foi a mais vendedora, com receitas de 287 milhões de euros, o que significa que as vendas de jogadores pelos clubes espanhóis superaram em 24 milhões de euros as suas compras.
Duas equipas espanholas encabeçaram o volume de vendas, com o Valência a faturar 84 milhões de euros na venda de jogadores e o Barcelona a arrecadar 69 milhões de euros, um recorde para o clube.
A venda de David Villa ao Barcelona foi a mais cara deste ano e rendeu 40 milhões de euros ao Valência.