West Ham compromete-se a revitalizar atletismo e ficar com Estádio Olímpico

O clube apresentou no fim do prazo, que termina hoje, a proposta para ficar com o estádio de 60 mil lugares e é o único interessado a confirmar os seus planos para evitar que o local, que custa 537 milhões de libras (622 milhões de euros), se torne num elefante branco.

O gigante norte-americano dos desportos e entretenimento AEG está entre as mais de 100 companhias que manifestaram interesse antes de a companhia do Parque Olímpico abrir o processo oficial de concurso, que deverá terminar com a escolha do futuro locatário em dezembro.

Todos os candidatos estão obrigados a manter a pista de atletismo do estádio, que a ter prevista uma diminuição do número de lugares de 80 mil para 25 mil após os Jogos Olímpicos Londres2012.

Na proposta apresentada pelo West Ham, o presidente da federação britânica de atletismo, Ed Warner, escreve que “é claro que estão a acolher um forte legado de atletismo no estádio”, de acordo com um compromisso que Londres assumiu com o Comité Olímpico Internacional.

Mas Warner disse à agência noticiosa AP que “o West Ham não foi a única entidade que falou” com a federação.

O West Ham inverteu a posição inicial de hostilidade em relação à pista e sublinha que o seu estatuto como clube de futebol de topo pode impulsionar a assistência a eventos de atletismo e ajudar a descobrir novos talentos.

“Pode haver muitas sinergias entre os dois desportos. Existe uma grande oportunidade para nós de trabalhar com o atletismo para desenvolver talentos desportivos e existe obviamente uma complementaridade na atração de crianças para o atletismo”, disse à AP o diretor do projeto olímpico do West Ham, Ian Tompkins.

Acrescentou que o West Ham “pode fazer muito em termos de aumentar as assistências” a provas de atletismo e vai “promover ativamente” a modalidade durante o defeso do futebol (maio a julho).

O clube também vê a promoção de eventos de entretenimento como uma importante fonte de receitas e já contactou com a AEG e com a empresa promotora de concertos Live Nation como possíveis parceiros nesta área.

O West Ham manteve conversações com responsáveis de outras modalidades, como o críquete, sobre realização de estágios e admite que o estádio possa ser utilizado para jogos do Campeonato do Mundo de futebol se a Inglaterra for escolhida para organizar a prova em 2018.

O Estádio Olímpico está a ser construído num terreno de 226 hectares e o plano passa pela reconversão de uma zona industrial no Leste de Londres, um dos maiores projetos de recuperação das últimas décadas no Reino Unido.

O orçamento de investimento para os Jogos Olímpicos de Londres é de 9,3 mil milhões de libras (10,8 mil milhões de euros), quase três vezes mais do que o valor inicialmente previsto e o custo adicional da reconversão do parque para a utilização pós-jogos será da ordem das centenas de milhões de libras.