O Sporting goleou hoje o Levski de Sófia por 5-0, em jogo do grupo C da Liga Europa de futebol, no qual Vukcevic, de novo o melhor homem em campo, e uma alteração tática de Paulo Sérgio se revelaram determinantes.
O jogador montenegrino já tinha sido o melhor em campo frente ao Nacional para a Liga portuguesa e voltou a ser a unidade mais desequilibrante do Sporting, que regressou aos triunfos após a derrota com o Benfica e o empate com o Nacional.
Paulo Sérgio, que deixou Liedson no banco, decidiu mexer no sistema de jogo em relação ao último jogo e em boa hora o fez, porque essa alteração permitiu à equipa estar muito mais compacta, ter mais posse de bola e comandar o jogo de princípio a fim.
Enquanto frente ao Nacional o 4x4x2 assentou num ‘duplo-pivot’ de médios defensivos (André Santos e Zapater) e em dois alas bem abertos (‘Vuk’ e Yannick), com Postiga como falso ponta de lança com Liedson, o 4x4x2 frente aos búlgaros baseou-se num losango (Zapater, Maniche, Diogo Salomão e Matias Fernandez no vértice mais adiantado), com Vukcevic encostado à direita e Postiga na frente.
Esta alteração produziu efeitos, visto que o Sporting conseguiu ter sempre posse de bola, a iniciativa e o comando do jogo, com dois jogadores em grande destaque nessa melhoria do meio campo: Maniche, pela sua qualidade de passe, e Matias Fernandez, como elo de ligação com os dois homens da frente.
Frente ao Nacional o Sporting canalizou jogo até à exaustão por ‘Vuk’, que fez dezenas de cruzamentos, mas acabou por não apresentar outras soluções, ao passo que hoje foi uma equipa muito mais equilibrada e compacta quer nas transições defensivas quer ofensivas.
Os búlgaros ainda assustaram na fase inicial do jogo, mas quando o Sporting marcou à passagem da meia hora por Daniel Carriço na sequência de um pontapé de canto, os jogadores ‘leoninos’, que tão carentes de confiança têm andado, soltaram-se e desataram a jogar à bola.
À beira do intervalo, Maniche fez o segundo golo, por incrível que pareça, de cabeça, na área búlgara, a cruzamento de Vukcevic, e a equipa búlgara, que ainda teve uma reação ao primeiro golo, “entregou-se” literalmente.
Deu gosto ver o Sporting jogar um futebol apoiado, sem medo de arriscar, dinâmico, incisivo, a ponto de alguns jogadores parecerem irreconhecíveis em relação às últimas atuações.
Houve alterações que beneficiaram muito a equipa, desde a entrada de Polga para o eixo da defesa (Nuno André Coelho está muito ‘verde’), de Maniche para o meio campo, e de Matias Fernandez que foi capaz de ser consistente de princípio a fim, o que não é habitual nele.
Os dois laterais, João Pereira, sobretudo, e Evaldo justificaram, finalmente, a contratação ao Sporting de Braga, tal o caudal de jogo que carrilaram pelas alas, estimulados pela incapacidade dos búlgaros em fazer mossa à defesa ‘leonina’.
Por outro lado, Postiga jogou a um nível que não é comum, curiosamente começou a falhar dois lances do golo e a ser o ‘Postiga-do-costume’, mas fez um grande golo (61), atirou uma bola ao poste e assistiu Diogo Salomão, realizando um excelente jogo.
Na segunda parte só houve Sporting, o Levski pareceu conformado, sem chama nem força anímica, e o resultado foi-se avolumando até uns inesperados 5-0. Até deu para o miúdo Diogo Salomão fazer o gosto ao pé, aos 53 minutos, após um amortecimento de cabeça de Postiga, que fez o 4-0, antes de Matias completar a goleada (79).
O Sporting fez um grande jogo perante um adversário que desiludiu, até por ser o líder do campeonato búlgaro, goleou, conquistou uma dose de confiança extra para os próximos jogos e acalmou os ânimos dos seus adeptos que já estavam em polvorosa.