O selecionador português de futebol exigiu hoje que o “talento” dos jogadores seja colocado ao serviço da “união” da equipa e garantiu a existência de “muita responsabilidade” para ultrapassar uma “situação difícil” na corrida ao Euro2012.
Na antevisão ao jogo de sexta feira com a Dinamarca, o terceiro no Grupo H de apuramento, Paulo Bento direcionou o seu discurso para a necessidade de união entre todos e sublinhou que o grupo está “consciente da responsabilidade e do momento que a seleção vive”, com apenas um ponto em duas partidas (4-4 com o Chipre e 0-1 na Noruega).
“Acima de tudo, senti do grupo uma grande motivação e total disponibilidade para inverter a situação que vivemos. Há um pensamento que tem de ser prioritário: temos uma seleção com muito talento, mas queremos colocá-lo ao serviço da equipa durante 90 minutos, com grande organização coletiva e disponibilidade mental”, disse.
O novo selecionador, que substituiu no cargo o demitido Carlos Queiroz, assumiu a existência de “pressão” e não fugiu desse assunto, falando num “contexto que não é o mais agradável”, mas também explicou que todos têm a “consciência” de que é possível “inverter” a situação.
“Temos a convicção de que temos qualidade técnica e tática e disponibilidade mental para o fazer, mas esta situação até é mais cómoda para a Dinamarca (venceu em casa a Islândia por 1-0, no único jogo realizado)”, explicou.
É, por isso, que neste “momento difícil”, Paulo Bento pediu “homens responsáveis”: “Há responsabilidade, talento e ambição e juntos vamos chegar ao nosso objetivo”.
Paulo Bento quer “ganhar com equilíbrio, segurança e consistência” e demonstrar desde o “apito inicial do árbitro a ambição” de querer vencer.
O selecionador reconheceu, contudo, ser “muito difícil” em “três dias e com quatro sessões de trabalho” colocar um “cunho pessoal” na equipa, lembrando, porém, que a “capacidade, o talento e a maturidade de muitos dos jogadores” é suficiente para a transmissão da sua mensagem.
“E tenho a convicção de que vamos colocar em prática o que trabalhámos”, frisou.
Sem dar o “onze”, o antigo treinador do Sporting explicou que a “prioridade” é sempre jogar para vencer, embora neste jogo, seja praticamente impossível “jogar com outros resultados”.
“Temos de ter a iniciativa, dominar o jogo e o adversário, mas ao mesmo tempo, sermos uma equipa equilibrada mental e emocionalmente e consistente defensivamente. Temos 90 minutos para ganhar o jogo e não podemos desperdiçar nenhum minuto ou segundo para demonstrar essa vontade de ganhar”, afirmou.
De acordo com Paulo Bento, uma vitória será do “país” e da sua “equipa” e nunca sua, já que o jogo com a Dinamarca tem de ser encarado com “espírito de missão e de equipa”.
“Temos de saber ler todos os momentos do jogo e levar o adversário a jogar como pretendemos. Queremos impor uma filosofia da seleção nacional, que passa por dominar o jogo. Encontrei disponibilidade total da parte dos jogadores e da Federação para inverter esta situação”, frisou.