Sporting: Bettencourt garante que Paulo Sérgio «não está a prazo»

José Eduardo Bettencourt garantiu na entrevista à “Grande Entrevista” da RTP, que defende a equipa e que é ''o único que tem de assumir as responsabilidades'' caso os resultados não apareçam.

''Gosto imenso da maneira como Paulo Sérgio trabalha, como interage com o grupo e como este está a reagir'', disse, esperando “frutos da união e da forma como se trabalha”.

Destacou ainda que não se pode ''confundir problemas estruturais com soluções facilitistas'' e admitiu que a equipa ''é hoje vítima de um conjunto de fragilidades que o Sporting tem''.

Numa entrevista que assinala um ano e quatro meses de mandato, Bettencourt disse que ''o clube está organizado'' e recusou um percurso errático, pois, sublinhou, ''às vezes, não é fácil acertar à primeira''.

O presidente assumiu que ''o objetivo do Sporting é sempre ganhar'' e acentuou acreditar que a equipa, a 10 pontos do líder FC Porto, vai subir na tabela.

''Tem havido alguns momentos em que os resultados ficaram muito aquém da qualidade da equipa. Acredito sempre no título e estamos à distância dum clique. O objetivo realista é ultrapassar o segundo classificado'', afirmou.

O presidente do Sporting considerou que a saída do atual selecionar Paulo Bento, em novembro de 2009, foi marcante para o clube, pois ''é difícil substituir uma equipa que deu uma grande estabilidade''.

''Fiz tudo para manter Paulo Bento”, declarou Bettencourt, que frisou ter dado ''todas as condições'' ao técnico, assim como a Pongolle, que não singrou por “circunstâncias e condicionalismos pessoais e foi emprestado ao Saragoça, depois de ter custado 6,5 milhões de euros.

Sobre o russo Izmailov foi claro: ''Tem sido um poço de contradições. A nós diz-nos uma coisa e à comunicação social outra'', disse, lembrando que ''o jogador mentiu'' aquando do episódio em que pediu para não jogar com o Atlético de Madrid devido a lesão.

''Ele esteve convocado e saiu da convocatória, meteu-se num avião e mentiu, dizendo que não viajou. Há muita coisa a interferir com a vida de Izmailov'', disse.

Bettencourt criticou ainda Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa pelas críticas às arbitragens, sustentando que ''ambos tinham de fazer um esforço'' e mudar ''a forma de combate'', que classificou de ''perigosa para o futebol e para o país''.

Depois de ter confessado não ter sido surpreendido pelas recentes escutas no âmbito do processo Apito Dourado - ''comportamentos promíscuos que indiciam que houve viciação durante muitos anos'' -, o líder do Sporting vincou que não está ''agarrado ao lugar'', mas que não está nos seus horizontes eleições antecipadas.

No entanto, admitiu que se o presidente da Assembleia Geral e os órgãos sociais entenderem avançar para o escrutínio que aceita ''no mesmo minuto''.

''Não estou agarrado. É a maior dor de cabeça da minha vida e faço-o com paixão'', concluiu.